quinta-feira, 15 de maio de 2014


O “BAE Taranis”, em desenvolvimento para o Reino Unido, é uma aeronave semi-autônoma capaz de neutralizar alvos “até em outros continentes”. Foto: BAE Systems Inc

 

Em reunião inédita, ONU discute uso de drones e ‘robôs assassinos’

15 de maio de 2014 · Destaque  - ONU

 

O diretor-geral em exercício do Escritório das Nações Unidas em Genebra, Michael Møller, solicitou, nesta quarta-feira (14), uma ação ousada aos diplomatas presentes na primeira reunião sobre Armas Autônomas Letais (LAWS, em inglês) da  Convenção da ONU sobre Certas Armas Convencionais.

Conhecidas também como “robôs assassinos”, o uso estas armas, cuja versão mais conhecida são os drones, está provocando uma discussão internacional, especialmente no que se refere a seu uso em guerras e na responsabilidade de quem as opera.

“Vocês têm a oportunidade de tomar ações preventivas e garantir que a decisão final entre a vida ou a morte permaneça sob controle humano”, disse o diretor-geral, enquanto o embaixador francês Jean-Hugues Simon-Michel afirmou que “LAWS são, atualmente, um desafio crescente na agenda sobre o desarmamento.”

Segundo o Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA), a reunião de quatro dias focará nos aspectos tecnológicos e nas questões éticas e sociológicas que acompanham o desenvolvimento e uso de armas autônomas. Também será abordada sua conformidade com a legislação internacional e seus possíveis impactos em operações militares.

Alguns desses dilemas foram levantados pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em seu relatório de 2013 sobre Proteção de Civis em Conflitos Armados: “É moralmente aceitável delegar decisões sobre o uso de força letal a tais sistemas? Se eles resultarem em crimes de guerra ou graves violações dos direitos humanos, quem seria legalmente responsável?”