sexta-feira, 2 de maio de 2014


Presidente chinês promete "ações decisivas" após novo ataque em Xinjiang

Ação ocorreu após "visita de inspeção" do presidente Xi Jinping nesta grande região do oeste da China, de maioria muçulmana

AFPredação@brasileconomico.com.br

O presidente chinês Xi Jinping prometeu tomar "ações decisivas" após um ataque que matou três pessoas e deixou dezenas de feridos na estação de trem de Xinjiang.

O ataque ocorreu após o que a mídia local tem chamado de "visita de inspeção" do presidente Xi nesta grande região do oeste da China, de maioria muçulmana. A batalha para combater a violência e o terrorismo não autoriza nenhuma covardia, e ações decisivas deverão ser tomadas para que possamos dar o exemplo a estes terroristas", reagiu Xi Jinping, citado pela agência de notícias Xinhua.

Segundo a agência, na noite de quarta-feira agressores esfaquearam e bateram em dezenas de usuários e detonaram artefatos explosivos na estação de trem de Urumqi, capital de Xinjiang. De acordo com a Xinhua, trata-se de um "ataque terrorista violento", ainda que nenhuma reivindicação tenha chegado às autoridades até o momento.

Ao longo de sua visita a Xinjiang, Xi Jinping pediu um reforço regional na luta contra o terrorismo. Ele também encorajou que medidas para facilitar a assimilação de minorias étnicas sejam tomadas.

Xinjiang é a "linha de frente" do combate de Pequim contra o "terrorismo", declarou o presidente chinês. Xi garantiu que o país colocaria em prática "uma política apropriada para melhorar a harmonia étnica e a prosperidade comum de todos os grupos étnicos".

A região de Xinjiang, constituída principalmente pela etnia do uigures, muçulmanos de língua turca, é o palco de violências denunciadas por Pequim como atos "terroristas" imputados por movimentos separatistas e islamistas.

Em março, 29 pessoas morreram e 143 ficaram feridas após um ataque com facas na estação de trem de Kunming, capital da província chinesa de Yunnan (sudoeste). O governo chinês atribui o ataque a separatistas de Xinjiang.

Quatro sobreviventes do grupo de assassinos, chamado pelas autoridades de "bando terrorista", foram considerados culpados e serão provavelmente condenados à pena de morte pela participação ao que muitos chamam de "11 de setembro" chinês.

A explosão foi registrada por volta das 19h (horário local), na estação de trens do sul de Urumqi, capital de Xinjiang, "em bagagens abandonadas entre a saída da estação e um ponto de ônibus".

Segundo o Jornal do Povo, que cita fontes próximas às investigações, duas pessoas assassinadas eram criminosos que iam detonar suas bombas. A terceira seria um passageiro.

O acesso à estação, a mais movimentada de Xinjiang, foi reaberto por volta das 21h (hora local), depois da retirada das pessoas presentes no momento da explosão, disse a Xinhua.

A televisão oficial divulgou nesta quinta-feira imagens do presidente Jinping durante sua visita a Xinjiang ao lado dos responsáveis pelas forças de segurança, moradores locais e estudantes.

"Os postos de polícia locais são nosso punhos e nossos punhais, por isso temos que realizar um bom trabalho e tomarmos conta de nossos policiais", disse Xi Jinping.

"Espero que vocês mostrem excelentes resultados em sua missão de serviço à população e de manutenção da estabilidade social", reforçou o presidente.

Segundo Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, organização de defesa dos uigures com sede em Munique (Alemanha), quase 100 membros da comunidade foram presos após o ataque à estação de Urumqi, em março.

Raxit convidou o presidente chinês a visitar "o Turquistão oriental", nome usado pelos uigures para designar a região de Xinjiang, "para fazer propostas realmente construtivas para a melhora da situação".

Mas "o fato é que Pequim continua a encorajar a repressão armada aos uigures", disse o porta-voz da minoria em comunicado.