terça-feira, 9 de setembro de 2014

UNICEF: Conflitos armados e crises humanitárias deixam 30 milhões de crianças fora das escolas
9 de Setembro de 2014 · Notícias  - ONU
:


Trinta milhões de crianças não podem voltar para a escola por causa do número recorde de conflitos e crises humanitárias. Foto: UNICEF
Quase 30 milhões de crianças deixaram de ir à escola por conta do número recorde de conflitos armados e situações de emergências em vários países do mundo, alertou a chefe dos programas de educação global do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF), Josephine Bourne, nesta segunda-feira (08). 
Segunda ela, o número de crianças afetadas pelos conflitos representa a metade do total mundial de crianças que estão fora da escola. Na ocasião, ela ressaltou que as crianças são forçadas a abandonar os estudos ao deixarem seus lares devido à violência. Além disso, muitas escolas foram saqueadas, incendiadas, bombardeadas ou ocupadas por grupos armados, ou, no caso de Gaza, servem de abrigo para milhares de deslocados internos impedindo a volta às aulas. Ela também lembrou do assassinato e sequestro de estudantes e professores, incluindo as 200 meninas raptadas em uma escola na Nigéria.
“Para as crianças que vivem em situações de emergência, a educação é uma linha de vida”, disse Bourne. “Ser capaz de continuar aprendendo proporciona à criança a sensação de normalidade que pode ajudá-la a superar traumas, além de ser um investimento – não apenas nas próprias crianças, mas também para o fortalecimento futuro das sociedades”, acrescentou.
Segundo Bourne, o UNICEF tem apoiado vários programas de educação de emergência através de diversos esforços como salas de aula temporárias e espaços alternativos para aprendizagem, além de distribuir milhões de cadernos, mochilas e outros materiais escolares. Também investe em material auto-didático para crianças que não podem sair de casa e programas de rádio para educar as crianças em zonas afetadas pelo ebola.
Apesar disto, muitas iniciativas ainda sofrem severamente com a escassez de financiamento. Em 2013, apenas 2% dos fundos foram adquiridos para esta linha de ação humanitária, resultando em um déficit de financiamento de 247 milhões de dólares.