segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Desnutrição crescente na República Centro-Africana preocupa agência da ONU
4 de novembro de 2013 · Notícias

Alimentos entregues em centro de distribuição do PMA em hospital em Bangui, na RCA. Foto: PMA/Herve Serefio
Preocupada com a crescente insegurança alimentar na República Centro-Africana (RCA), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) disse na sexta-feira (1) que planeja aumentar seus esforços humanitários, além de pedir mais apoio financeiro.
“As necessidades humanitárias têm aumentado nos últimos meses, como a retomada dos combates que agravaram a já precária situação de segurança”, disse a porta-voz do PMA, Elisabeth Byrs, a jornalistas em Genebra, acrescentando que, a fim de garantir a assistência alimentar contínua no país, a agência está pedindo uma adicional de 20 milhões de dólares até abril de 2014.
O conflito tem prejudicado os meios de subsistência de famílias já vulneráveis desde março, levando cerca de 1,1 milhão de pessoas a uma situação de insegurança alimentar.
De acordo com um parceiro da agência da ONU, a situação de segurança alimentar vai se agravar caso a violência continue. Os agricultores serão forçados a deixar suas fazendas, privando-os de suas atividades agrícolas.
O PMA está realizando diversas atividades humanitárias no terreno, como assistência aos refugiados e a pessoas deslocadas internamente, fornecimento de nutrição essencial para as mulheres, crianças e pessoas vivendo com HIV, entre outras iniciativas.
“O PMA está planejando atingir um total de 500 mil pessoas e apresentar um novo programa de alimentação suplementar para 66 mil crianças com idades entre 6 e 35 meses para prevenir a desnutrição aguda”, disse Byrs, acrescentando que a agência também vai lançar um programa de alimentação escolar de emergência no retorno às aulas, em novembro, para atender 10 mil crianças.
A porta-voz da agência lembrou que o serviço aéreo da ONU que transporta alimentos, gerenciado pelo PMA, precisa de 9 milhões de dólares para operar no período de janeiro a dezembro de 2014. A agência lembrou que este é o único meio de transporte que a comunidade humanitária dispõe para chegar à maior parte do país, cujas regiões são inacessíveis devido à frágil infraestrutura e estradas precárias.
Além disso, a situação de segurança instável causou o fechamento temporário de vários serviços do PMA e a realocação de seus funcionários, fazendo com que os esforços de ajuda alimentar sejam ainda mais complicados.
A crise humanitária decorrente das disputas políticas afetou toda a população de 4,6 milhões de pessoas.