sexta-feira, 8 de novembro de 2013

DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO


Militares das Forças Armadas concluem curso de Direitos Humanos

Rio de Janeiro, 08/11/2013 – Cerca de cem militares e civis concluíram o Curso Expedito de Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário. A iniciativa, do Ministério da Defesa, teve o objetivo de aperfeiçoar os professores de instituições de ensino da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Durante três dias, foram ministradas palestras de doutores e especialistas no tema.  

O término do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (07), na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro. A palestra de encerramento foi ministrada pelo presidente do Instituto Internacional de Direito Humanitário, localizado na Itália, professor Fausto Pocar. O docente, que foi juiz-presidente do Tribunal Internacional da Antiga Iugoslávia, discorreu sobre as dificuldades de julgamento de crimes internacionais de guerra.

Citando casos com os quais trabalhou, Pocar disse que o Estado tem obrigação de proteger os cidadãos civis, numa situação extrema. "Às vezes o Estado não está em condição de fazer essa defesa. Por isso, a comunidade internacional quer assumir. As Nações Unidas, por exemplo, atuam na questão criminal em casos de jurisdição internacional", afirmou.

Sobre o militarismo, o palestrante acrescentou que existe um impasse em relação à responsabilidade de um comandante caso ocorra violação de direito humano durante exercício, ação ou atividade. "Alguns tribunais internacionais defendem punição ao superior, nas situações em que a ordem tenha vindo do próprio. Outros alertam que o oficial sozinho, não tem controle total sobre a tropa."

Acerca do assunto, Pocar opinou: "O comandante tem que tomar ciência do cometimento de um crime". Para ele, é importante que os direitos humanos se tornem as bases reais de qualquer atividade militar. "Discussões sobre isso são fundamentais."

Após as palavras de Fausto Pocar, o secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa (MD), Julio Saboya de Araujo Jorge, encerrou as atividades do curso. De acordo com ele, a evolução constante dos direitos humanos na sociedade simboliza um novo marco de solidariedade. "As Forças Armadas têm contribuído para este grande esforço nacional, que se espalha desde o Amazonas, até as populações carentes dos grandes centros urbanos." 

Saboya disse, ainda, que a participação das Forças em missões de paz ao redor do mundo é caracterizada "pela incansável e resoluta defesa dos direitos humanos e do direito internacional humanitário".

Apesar de esta ser a primeira edição do evento, a Defesa promove qualificações na área de direitos humanos desde o ano passado. O curso Expedito, porém, foi uma oportunidade inédita oferecida pela pasta, em que houve participação de palestrantes internacionais. A ideia do ministério é fazer uma edição anual da capacitação a partir de agora.

Estiveram presentes no encerramento os diretores do Departamento de Ensino da Defesa, almirante Edlander Santos, e da Escola de Guerra Naval, almirante Almir Garnier Santos.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa