sexta-feira, 22 de novembro de 2013


França diz que República Centro-Africana está à beira do genocídio

País está em caos desde março, quando rebeldes depuseram o presidente.
EUA estima que cerca de 400 mil pessoas foram deslocadas.

Da Reuters

A França afirmou nesta quinta-feira (21) que a República Centro-Africana estava "à beira do genocídio" e que espera que a Organização das Nações Unidas (ONU) conceda ao governo francês e à União Africana permissão para intervir.

A República Centro-Africana, um país sem litoral de 4,6 milhões de habitantes, descambou para violência e caos desde que os rebeldes Seleka, muitos deles dos vizinhos Chade e Sudão, depuseram o presidente François Bozizé em março.

O Departamento de Estado norte-americano estima que cerca de 400 mil pessoas foram deslocadas e 68 mil fugiram para países vizinhos desde que o líder rebelde e presidente interino Michel Djotodia perdeu o controle de sua coalizão dos senhores da guerra.

A violência cada vez mais tem colocado lutadores principalmente muçulmanos do Seleka contra milícias cristãs. Os cristãos representam metade da população e os muçulmanos são 15 por cento, segundo o CIA World Factbook.

"O país está à beira do genocídio", disse o chanceler francês, Laurent Fabius, à emissora de televisão France 2. "A França, os vizinhos da República Centro-Africana e a comunidade internacional estão preocupados. A ONU dará permissão às forças africanas, à União Africana e à França para intervir."

Enquanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse na segunda-feira que deve estar preparado para enviar tropas de paz da organização internacional ao país, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, deixou claro que os EUA são a favor de uma força mantenedora de paz africana.