quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Após os “Acordos de Camp David I” (1978) sobre a paz na “Península do Sinai”, Israel retrocedeu suas tropas até a fronteira atual, sendo o Sinai devolvido ao Egito. Contudo, a reentrada do Estado egípcio na Ásia deu-se com restrições de tropas e armas. Somente poucas unidades militares (basicamente com tarefas de polícia e controle de fronteira), porte de armas leves e uso de veículos com pouca blindagem poderiam adentrar na “Área C”, a mais restrita, que foi delineada no “Acordo de Paz de 1978”.
Já Israel, manteve o direito de concentrar unidades na fronteira, incluindo Gaza, onde se encontra o principal ponto de passagem de quem se desloca de Israel (incluindo Cisjordânia) ou Gaza, que é Rafla. Ali, há uma grande rodoviária com entreposto aduaneiro, onde as pessoas trocam de ônibus no outro lado da fronteira, sejam turistas, palestinos ou beduínos com galinhas e carneiros para comerciar no outro ladoCom o aparecimento das atividades terroristas* decorrentes do vácuo de poder deixado pela transição de governo egípcio, está sendo necessário o incremento de efetivos militares** na região para combater não só estas atividades terroristas típicas das reivindicações políticas***, mas também os oleodutos que enviam óleo cru a Israel a preços abaixo do mercado, conforme expressado no “Acordo de Camp David I”.
Ainda neste ponto, as gangs beduínas e militantes islâmicos aproveitam a extensão da área para cavar túneis por onde passam armas, munições e equipamento para construir mísseis que diariamente são lançados contra Israel, além dos produtos para necessidades diárias da bloqueada Gaza.
Israel ficou numa situação sem alternativa, senão solicitar ao Egito a manutenção da ordem. Entretanto, com o vácuo de poder gerado, conforme já foi dito, e a saída do exército por algumas semanas, os militantes, os terroristas e os contrabandistas aproveitaram o período para se instalar e criar uma força paralela de lei e ordem, seja ela terrorista, seja de gang.
Num grande Acordo bem construído junto com Israel e os norte-americanos, o Exército egípcio alocou tanques leves e helicópteros com artilharia pesada para dar combate a esses indivíduos, senhores locais do poder.
Restou agora a Israel pensar nas suas alternativas: pedir o restabelecimento de tropas, tal como descrito em “Camp David I” e arriscar o retorno da militância islâmica e das gangs beduínas, ou permanecer quieto, permitindo a remilitarização do lado egípcio do Sinai, possibilitando a relativa insegurança do Estado de Israel na sua fronteira, trazendo por isso a obrigação de pensar uma contrapartida militar para a superação das tropas que ali possam estar estacionadas e capacitá-lo a fazer frente às unidades egípcias na área.