terça-feira, 15 de julho de 2014

Israel ampliará operações militares em Gaza se Hamas rejeitar trégua
Algumas horas antes, o gabinete de segurança israelense, presidido pelo primeiro-ministro de israel, aceitou a proposta egípcia, depois de uma semana de bombardeios em Gaza que deixaram 192 mortos e 1.300 feridos, em sua maioria civis
AFP redação@brasileconomico.com.br
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou nesta terça-feira que o exército ampliará as operações na Faixa de Gaza se o Hamas rejeitar a trégua proposta pelo Egito e prosseguir com os lançamentos de foguetes.
"Se o Hamas não aceitar a proposta egípcia, como é o caso atualmente, Israel terá toda a legitimidade internacional para ampliar suas operações militares com o objetivo de restabelecer a calma", disse Netanyahu durante um encontro com o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em Tel Aviv.
Algumas horas antes, o gabinete de segurança israelense, presidido por Netanyahu, aceitou a proposta egípcia, depois de uma semana de bombardeios em Gaza que deixaram 192 mortos e 1.300 feridos, em sua maioria civis.
"Respondemos à proposta egípcia para propiciar uma oportunidade de tentar desmilitarização da Faixa de Gaza", disse Netanyahu, que destacou a necessidade de limpar o território palestino de "mísseis, foguetes e túneis de contrabando".
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, rejeitou a trégua.
Segundo a polícia, um foguete lançado a partir do território palestino e reivindicado pelo braço armado do Hamas atingiu a cidade israelense de Ashdod nesta terça-feira. Este foi o primeiro projétil a atingir uma área habitada desde que Israel aceitou a proposta de trégua.
O ministro alemão pediu aos líderes do Hamas que aceitem a trégua.
"Gaza não pode ser para sempre o depósito de armas do Hamas", declarou Steinmeier.
O secretário de Estado americano, John Kerry, também apelou ao Hamas que aceite a proposta egípcia de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.
"A proposta egípcia de cessar-fogo e negociações oferece a oportunidade de acabar com a violência e restabelecer a calma", disse Kerry.
"Saudamos a decisão do governo israelense de aceitar a proposta. Apelamos a todas as demais partes a aceitar a proposta", completou.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro turco, o islamita conservador Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de ter cometido "terrorismo de Estado" ao bombardear a Faixa de Gaza.
"Até quando o mundo permancerá em silêncio diante deste terrorismo de Estado?", questionou Erdogan em um discurso para os deputados do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), durante o qual descartou a normalização das relações da Turquia com Israel.
"Israel se comporta como uma criança mimada e leva a morte aos palestinos", disse Erdogan, que denuncia a passividade da opinião pública internacional.
O chefe de Governo turco insistiu ainda que o país continuará enviando ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Erdogan, que disputará a eleição presidencial de agosto, afirmou que não vai normalizar as relações com Israel enquanto prosseguir a agressão contra o Hamas. Também pediu o fim do bloqueio imposto desde 2006 à Faixa de Gaza.