segunda-feira, 7 de julho de 2014

Pesquisa afirma que mulheres são consideradas as melhores chefes

De acordo com uma pesquisa da Ketchum feita em 13 países, inclusive no Brasil, a mulherada sabe liderar melhor que os homens. O que as amazonenses acham?
06 de Julho de 2014
MÔNICA DIAS

As mulheres sabem liderar melhor que os homens? De acordo com uma pesquisa da Ketchum feita em 13 países, inclusive no Brasil, a resposta é sim. O estudo, divulgado na última terça-feira, está na sua terceira edição e contou com 6.509 respondentes.
O sexo feminino foi o favorito em cinco dos seis pontos questionados. DINHEIRO conversou com mulheres que ocupam altos cargos em empresas de Manaus para saber a opinião delas a respeito da pesquisa. O resultado, você pode conferir abaixo.
Para Gaby Harb, que montou e comanda a loja de cupcakes que leva seu nome, na Avenida Paraíba, ser mulher ajuda e atrapalha a ser uma líder. Segundo a chef, ainda existe uma ideia errada de que a fragilidade natural da mulher é levada para a vida profissional. “Muitas vezes, as pessoas acham que isso pode atrapalhar, principalmente com o subordinado do sexo masculino, mas, quando você mostra sua personalidade profissional,logo enxergam que você não está de brincadeira”, brinca.
A CEO da assessoria e sócia-proprietária da Press Comunicação Estratégica, Loredana Kotinski também concorda que as mulheres, de fato, possuem um espaço melhor no mercado atualmente, porém, faz questão de frisar que a igualdade ainda não foi conquistada. “É uma situação que mudou muito. Antes, a mulher era vista como uma pessoa frágil, a questão emocional era questionada. Hoje, se você tem uma qualificação técnica, isso é relevado. Mas a mulher ainda tem que provar muito mais a capacidade técnica e o valor do que um homem no mesmo cargo”.
Para ambas, as mulheres, na maioria das vezes, possuem um melhor desempenho na comunicação com os funcionários, o que acarreta em um melhor relacionamento dentro da empresa. “Não que seja uma regra, mas mulher gosta de conversar, de saber o que está acontecendo e de falar claramente. Com esse gosto pela conversa, ela consegue manter uma proximidade saudável com a equipe”, ressalta Gaby. “Está embutido no nosso DNA”, completa Loredana.
Dificuldades
As duas também dividem opiniões semelhantes em relação às dificuldades da liderança. Enquanto Gaby enfatiza o quão trabalhoso é conciliar a casa, os filhos, o marido e vários outros assuntos, deixando-os em harmonia com as atividades profissionais – mais carregadas, quando se trata de chefia -, Loredana aborda a dificuldade de cobrar e, ao mesmo tempo, manter um bom relacionamento dentro da empresa. “Você está sempre no fio na navalha. Lidar com pessoas é muito complicado. Cada uma é um universo, tem família, problemas, etc.”, explica.
Já na questão do sexo influenciar negativamente em cargos de chefia, o pensamento é diferente. Para Gaby, ser mulher não é um problema, já que qualquer problema pode ser solucionado com famoso “jeitinho brasileiro”. Para Loredana, porém, alguns pontos podem chegar a atrapalhar. “Você pode se deparar com um grupo que não acredite na sua capacidade técnica, seja por você ser jovem, por se vestir bem, ou até por ter alguma beleza. Ao mesmo tempo que estes quesitos podem abrir muitas portas, também podem fazer as pessoas não te levarem muito a sério”.
Prós
Apesar das dificuldades, as duas chefes não reclamam do cargo. “Meu relacionamento com a minha equipe é muito bom. É muito divertido. Fazemos algumas ações para socializar, como aniversário do mês, lanches, entre outras atividades. Sou uma chefe bem amiga”, afirma Loredana. “É maravilhoso! Minha equipe é demais! Somos como uma família. Trabalhamos, brincamos, nos desentendemos e confraternizamos a cada sucesso alcançado na loja. Ninguém alcança a vitória sozinho e tenho uma equipe nota mil para fazer tudo lindamente comigo”, conclui Gaby.
O que diz a pesquisa
No quesito liderança, 57% apontaram que as líderes do sexo feminino têm um melhor desempenho, enquanto 43% citaram os homens. Sessenta e dois por cento disseram que elas se comunicam de forma aberta e transparente, enquanto 38% deram o crédito para eles.
Já em relação a reconhecer os erros, as mulheres foram lembradas por 66% e os homens por 34% dos pesquisados. Trazer à tona o que os outros têm de melhor também foi considerada uma característica feminina por 61% dos ouvidos, contra 39% que a atribuíram ao sexo masculino.
Os homens se deram melhor em duas características: a capacidade de tomar decisões difíceis (63%, contra 37%) e o desempenho como guia para os desafios dos próximos cinco anos (54% ante 46%).