quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Armínio garante que unificação de tributos é prioridade de Aécio
Ex-presidente do BC no governo de FHC disse que proposta prevê consolidar ICMS, IPI, PIS e Confins no IVA
Patricia Büll pbull@brasileconomico.com.br
Ex-presidente do Banco Central durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga, não poupou críticas ao governo Dilma Rousseff durante o Fórum Exame, realizado ontem em São Paulo. Representando o candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), Fraga afirmou que, por conta do ambiente macroeconômico, os investimentos estão paralisados. “Precisamos arrumar a casa para voltar a ter crescimento”, disse Armínio a uma plateia repleta de empresários.
“O investimento há anos está estagnado em 18% do PIB e o orçamento está cada dia mais opaco e frouxo. O Brasil está cada vez menos transparente e por isso cria prêmio de risco que eleva os juros e inibe investimentos. Além disso, temos um sistema tributário caótico onerando as empresas.”
Não por acaso, a reforma tributária encabeça a lista de prioridades em um eventual governo Aécio Neves. “Temos compromisso com a reforma tributária. Nossa ideia é consolidar ICMS, IPI, PIS e Cofins em um único tributo, o IVA (imposto sobre valor agregado)”, explicou Fraga.
“Essas coisas (reformas) têm hora para acontecer e o momento chegou”, disse. Ele discordou que o governo Dilma tenha tentado fazer a reforma tributária. “Sinceramente, o governo não tentou. Faltou iniciativa do próprio governo.”
Também faz parte das propostas de Aécio dar autonomia ao BC e “ajustar” outras componentes macroeconômicas para que o que país volte a crescer. “É preciso reconstruir as bases para o crescimento sustentável e temos um roteiro básico para isso, que começa com trazer a inflação de volta para a meta (de 4,5%)”, disse.
Sobre a questão fiscal, Fraga disse que a meta está sendo cumprida com muitos artifícios. Ele não quis dar uma nova projeção de meta, mas acha que é possível elevar para além do 1,9% atual.
O coordenador da campanha de Eduardo Campos, Alexandre Rands, soube no evento do acidente de Eduardo Campos e seguiu para Santos. O ministro Guido Mantega também cancelou sua participação ao saber da tragédia.