quinta-feira, 9 de janeiro de 2014


Os sem-terra esperam reunir 15 mil trabalhadores rurais no congresso do movimento, a ser realizado em fevereiro em Brasília. Foto: Ag. Brasil

MST quer título mundial em ocupações de latifúndio

Gilberto Nascimento (gilberto.nascimento@brasileconomico.com.br)
09/01/14 10:23

 

A articulação é uma resposta aos baixos números de desapropriações de terra durante todo o governo da presidente Dilma Rousseff

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) quer que o Brasil conquiste um título mundial em 2014, mas não é o do futebol. Seus líderes pretendem bater o recorde de ocupações de latifúndios. A articulação é uma resposta aos baixos números de desapropriações de terra durante todo o governo da presidente Dilma Rousseff.

Os sem-terra esperam reunir 15 mil trabalhadores rurais no congresso do movimento, a ser realizado na primeira semana de fevereiro em Brasília. Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, o governo Dilma tem se mostrado fraco diante das pressões dos ruralistas - organizados em uma bancada no Congresso com cerca de 180 integrantes - e de empresas estrangeiras que aumentam a participação no agronegócio brasileiro.

Conceição vê com ressalvas o discurso do governo de que a melhoria da qualidade dos assentamentos é mais importante do que os números de desapropriação. "A reforma agrária se faz, antes de tudo, com a destinação de terras para os camponeses produzirem comida", afirma. Ele reconhece a importância do apoio técnico e a garantia de compra de alimentos pelo governo por um valor mínimo, mas diz que ambos pouco adiantam sem a formação de novos assentamentos.

Mesmo a medida provisória 636, que beneficia os assentados endividados, é vista com críticas pelo MST. Conceição diz que a medida é importante por beneficiar 200 mil agricultores e devolver em torno de dois milhões de hectares à produção de alimentos, mas é contra a entrega do título de propriedade das áreas. "A terra deve ser pública, usada por concessão", opina.

Legislativo pouco legislou em 2013

Um levantamento feito pelo site jurídico Migalhas indica que apenas seis dos 2.054 projetos de lei apresentados na Câmara dos Deputados neste ano se tornaram lei. O estudo foi feito a partir do site do Legislativo federal. A tramitação mais rápida foi do projeto de lei que mudou a gestão dos direitos autorais. A proposta deu entrada no dia 5 de julho e foi aprovada quatro dias depois, com o apoio de artistas de renome. A lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no mês seguinte. O projeto havia sido aprovado dois dias antes no Senado, a partir dos resultados da CPI do Ecad. No Senado, das 560 propostas apresentadas, apenas uma virou lei.

Dilma vai pro Brejo

A presidente Dilma Rousseff vai vistoriar as obras da transposição do Rio São Francisco ainda neste mês. Ela visita os municípios de Jati e Brejo Santo, na região do Cariri, no Ceará. Iniciada em 2007 e com entrega prevista para 2012, a obra só deve ser concluída em dezembro de 2015.

PT de Cotia recebeu dinheiro de Cunha

O ex-vereador Toninho Kalunga (PT), candidato derrotado a prefeito em Cotia (Grande São Paulo) nas últimas eleições, considera a prisão do deputado petista João Paulo Cunha uma "injustiça" e diz publicamente que a campanha de seu partido na cidade foi beneficiada com parte dos R$ 50 mil vindos da agência de Marcos Valério, a SMP&B. Desse dinheiro, R$ 12, 5 mil foram utilizados no pagamento de uma pesquisa eleitoral. "Essa é a consequência de não haver o financiamento público de campanha. Alguns são punidos e a maioria não. Eu me coloquei à disposição para depor", afirma.

Skaf ofereceu ao PRB cargos em cidades

Apesar de serem aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), dirigentes do PRB tiveram conversas sobre aliança com o PMDB. A fim de atrair o partido, o pré-candidato peemedebista ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, ofereceu secretarias em prefeituras comandadas pelo PMDB.