terça-feira, 21 de janeiro de 2014


Tecnologia - O recado é: cuide-se

21/01/14 11:15 | Nelson Vasconcelos (nelson.vasconcelos@brasileconomico.com.br)

Se existe um mercado em que as empresas e escolas brasileiras de tecnologia deveriam mergulhar profundamente é o de segurança da informação

Como sabemos, a internet é um queijo suíço, e o que não falta é gente xeretando a nossa vida (ver nota abaixo). O governo brasileiro parece enfim discutir seriamente o assunto, que está entre as prioridades estabelecidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para este ano.
Antes tarde do que nunca, a gente vê que o governo federal bem que começa a tratar o desenvolvimento de tecnologia com a urgência que o tema merece. Não é questão de fazer games lindinhos e aplicativos descolados, mas espalhar o conhecimento tecnológico, formar profissionais que pensem por conta própria, com criatividade e competência.

O mercado costuma lembrar que os desenvolvedores brasileiros não dão muita bola para a questão da segurança. Mas a verdade é que não está fácil para ninguém. A gigante Cisco - sempre exemplar, aliás, na divulgação de estudos de mercado - informou semana passada que estão faltando pelo menos um milhão de profissionais nessa área de segurança digital.

Ao mesmo tempo, cresce o número de vulnerabilidades, batendo recorde ano após ano. De acordo com o ‘Relatório Anual de Segurança 2014', da Cisco, programas para o roubo de dados - como senhas e acesso clandestino - chegaram a 22% dos malwares detectados. E, caramba, 99% de todos os malwares móveis foram feitos para dispositivos rodando Android. Cuide-se.

Adolescentes estão fugindo do Facebook

Muito se tem comentado, nos últimos meses, sobre a gradativa fuga de adolescentes americanos do Facebook. Vale ficar de olho nessas tendências porque, invariavelmente, nós acabamos macaqueando o comportamento dos gringos. Segundo o iStrategy Labs, pelo menos 11 milhões de jovens americanos abandonaram o Zuckerberg desde 2011. Parece muita gente. Mas Mark Lerner, do ‘Social Media Today', ressalta que, na contramão dessa conversa, houve aumento de 80% dos usuários do Facebook com mais de 55 anos; de 41% na faixa entre 35 e 54 anos; e de 33% entre 25 e 34 anos de idade. A garotada caiu fora da rede de Zuckerberg, não por acaso, à medida que seus pais e vovôs descobriram-na e começaram a ter acesso aos segredos de liquidificador que a galerinha costuma compartilhar sem maiores recatos. Todos passamos por isso. Como, ao mesmo tempo, foram surgindo outras redes e ferramentas, tipo Instagram ou WhatsApp, o Facebook deixou de ser ‘cool', como diz Lerner. Será o início do fim? Aguardemos.

Brasil terá unidade de cloud da IBM

A IBM calcula que o mercado global de cloud chegará a US$ 200 bilhões em 2020. Sabendo disso, está investindo mais de US$ 1,2 bilhão na instalação de unidades para serviços. Até o fim do ano, vai abrir 15 novos centros de dados, incluindo um aqui no Brasil.

Espionagem via rádio

Pois então o Obama garante que os EUA não vão mais espionar as nações amigas. Vamos acreditar. Mas é difícil. A ‘Venture Beat' conta que a National Security Agency (NSA) assumiu ter implantado software espião em pelo menos cem mil máquinas em todo o planeta. Tudo via internet, claro, aproveitando-se de brechas de segurança. E esses são os números que a NSA divulgou. Mas tem também outro truque: a espionagem de computadores não conectados à internet. Como assim? Via ondas de rádio. Para isso, a máquina da vítima tem que estar devidamente preparada para emitir essas informações, através de circuitos instalados em suas placas. Para isso, seria necessária a colaboração das fabricantes de computadores. Será? Pois é. Parece que a solução contra a xeretagem dos EUA está mesmo no modelo russo: o uso de velhas e boas máquinas de escrever.