terça-feira, 6 de janeiro de 2015


Sudam apoia projeto que analisa produção de etanol no Amazonas a partir de batata-doce

Autarquia apoia pesquisa que vai resultar na produção de biodiesel amazônico que utiliza batata-doce como matéria-prima em vez da cana-de-açúcar

Manaus (AM) , 04 de Janeiro de 2015

CAMILA LEONEL

 

Sudam fechou parceria com a Universidade Federal do Tocantins, que estuda a batata há 20 anos (Divulgação)

O Amazonas está em vias de tornar-se um produtor de etanol a partir de batata-doce. O projeto está em análise para receber incentivos por parte da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A Amazônia não produz etanol devido à proibição do incentivo de cultivo de cana-de-açúcar na região. O etanol utilizado hoje na região vem de outras regiões do País como Nordeste e Sudeste, por isso a batata-doce, tornou-se uma alternativa de matéria-prima.

“A Sudam se dedicou, se debruçou , estudou e descobriu uma forma da gente fazer etanol aqui. O nosso etanol será feito de batata-doce e é um etanol tão bom quanto o da cana. Estamos trabalhando junto com a Universidade federal de Tocantins, que há 20 anos estuda esse tipo de batata. Não é uma batata rentável em feira porque ela é enorme, branca toda ‘caraquenta’, mas é espetacular pela alta produtividade para a fabricação de etanol”, disse o superintendente da Sudam, Djalma Mello.

Aproximadamente R$1,5 milhão foi investido na pesquisa que está em fase final e será apresentada entre fevereiro e março. Além da batata-doce, a Sudam vem incentivando a utilização do óleo de palma como biodiesel.

Setor naval

O setor naval no interior do Estado também está entre as prioridades da Sudam. No final de 2014, a Juruá Estaleiros e Navegação, que fica no município de Iranduba, foi contemplada com o incentivo de redução do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ). Há mais de 20 anos no mercado e há cinco com uma nova estrutura, o estaleiro atende não só o Amazonas, como também os Estados do Pará e de São Paulo.

“Agora mesmo nós fizemos a entrega da segunda parte do flutuante de Santarém. Nós também estamos produzindo as embarcações e dentro dessas embarcações estamos atendendo o Pará e São Paulo. Já vendemos balsas para o porto de Santos”, disse Ailson Rezende, consultor do estaleiro.

Hoje a empresa gera cerca de 500 empregos diretos em Iranduba e já pensa em expansão, uma vez que o setor está em crescimento. Rezende também frisou que o incentivo recebido da Sudam é importante para que o segmento cresça ainda mais.

“Esse projeto que a Sudam aprovou contempla balsas para transporte, rebocadores e empurradores, e nós estamos com um projeto de expandir e começar a produzir partes e peças para atender outros estaleiros”, disse.

“O incentivo da Sudam, atualmente, está em 75% do lucro e os setores eleitos como prioritários terão uma elevação. A expectativa é que, neste setor, o incentivo chegue a 90% de redução do imposto de renda. Esses 90% que eu deixo de pagar é um volume que eu posso investir na própria empresa para ampliar, pra gerar nova renda”, disse Mello.