terça-feira, 20 de janeiro de 2015


FMI reduz projeção de crescimento global e prevê ano difícil para o Brasil

Segundo a instituição, o Brasil crescerá menos de um quarto do que a América Latina e Caribe neste ano. Fundo alertou economias avançadas para manter políticas monetárias expansionistas

Reutersredacao@brasileconomico.com.br

Pequim - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua projeção para o crescimento econômico global em 2015, e fez um apelo nesta terça-feira aos governos e bancos centrais a buscarem políticas monetárias expansionistas e reformas estruturais para sustentar o crescimento.

Para o FMI, o Brasil crescerá menos de um quarto do que a América Latina e Caribe neste ano, e que sua recuperação não será das melhores em 2016.

Já o crescimento global foi projetado em 3,5% para 2015 e 3,7% para 2016, disse o FMI em sua atualização do relatório "Perspectiva Econômica Global", reduzindo sua projeção em 0,3 ponto percentual para ambos os anos.

"Novos fatores sustentando o crescimento, preços menores do petróleo mas também depreciação do euro e do iene, são mais do que compensados por forças negativas persistentes, incluindo os legados prolongados da crise e do crescimento potencial mais baixo em muitos países", disse o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em comunicado divulgado pela instituição.

O FMI alertou economias avançadas para manter políticas monetárias expansionistas para evitarem aumentos em taxas de juros reais uma vez que o petróleo mais barato aumenta o risco de deflação.

Se as taxas de juros não puderem ser reduzidas mais, o FMI recomendou buscar uma política expansionista "através de outros meios".

Os Estados Unidos foram o único ponto positivo em um relatório pessimista para as principais economias, com a projeção de crescimento em 2015 elevada para 3,6% ante 3,1%.

As perspectivas para economias emergentes foram em geral reduzidas, com as projeções para os exportadores de petróleo Rússia Nigéria e Arábia Saudita sofrendo os maiores cortes.

O FMI prevê que uma desaceleração na China provocará uma resposta de política mais limitada uma vez que as autoridades em Pequim estarão mais preocupadas com os riscos do rápido crescimento do crédito e investimento.

Preços mais baixos do petróleo darão a bancos centrais em economias emergentes espaço para adiar a alta das taxas de juros, embora "espaço de política macroeconômica para sustentar o crescimento permaneça limitado", segundo o relatório.

A queda dos preços também dará aos países uma chance de reformar subsídios e impostos ligados a energia, diz o FMI.