segunda-feira, 2 de abril de 2012

Amorim reforça, em entrevistas, compromisso brasileiro com criação de zona de paz e cooperação na América do Sul

Brasília, 02/04/2012 — Em duas entrevistas veiculadas no último final de semana, o ministro da Defesa, Celso Amorim, reafirmou o compromisso brasileiro de investir na criação de uma zona de paz sul-americana e de um sistema continental de cooperação industrial-militar.

Publicadas no jornal chileno El Mercurio e na revista brasileira IstoÉ, as matérias também destacam a necessidade de se investir no reequipamento das Forças Armadas.

Ao descrever a estratégia brasileira para o diário chileno, o ministro foi incisivo: “Quando penso na situação da defesa do Brasil, na América do Sul é cooperação e, para fora [do continente], é dissuasão.”

Segundo Amorim, ter uma política continental de dissuasão é importante para evitar a cobiça contra os recursos naturais da região, rica em meios energéticos, matérias primas, alimentos e recursos hídricos.

Na entrevista para a revista brasileira, o ministro disse que a grande estratégia de defesa do Brasil tem que incluir as Relações Exteriores. “Creio que pode haver uma mudança de intensidade nesse sentido, especialmente na cooperação com a América do Sul. Este é um dos grandes eixos de trabalho para os próximos anos. Se para o mundo nossa política é mais de dissuasão, para a região é de cooperação.”

Em termos de cooperação industrial, ao falar para o El Mercurio, Amorim ressaltou que cada país pode contribuir dentro de suas possibilidades. Como exemplo, usou a compra de lanchas blindadas colombianas que serão empregadas pela Marinha do Brasil na vigilância dos rios amazônicos.

Reequipamento

Ao longo das entrevistas, o ministro da Defesa também abordou a questão dos investimentos em meios operativos para as Forças Armadas. E disse que os recursos disponíveis, se não são ideais, têm apresentado ao menos uma perspectiva de melhora.

“Quando se fala em orçamento, sabemos, obviamente, que não é satisfatório”, disse Amorim para a IstoÉ. “Se compararmos, por exemplo, o orçamento da Defesa com nossas necessidades, com as necessidades de um país dos Brics, que é a sexta economia do mundo, não é compatível. Temos que levar em conta muitos aspectos, como a dimensão do país, a vastidão do litoral e das fronteiras terrestres, os recursos naturais. Mas, se compararmos o orçamento deste ano com o do ano passado, está razoável.”

Em seguida, garantiu a manutenção dos projetos de investimento e modernização das Forças, apesar dos contigenciamentos. “A compra dos helicópteros não foi afetada, nem o projeto do submarino nuclear ou o programa dos blindados.”

Logo depois, disse acreditar que a solução para o Programa F-X2 de aquisição de aviões de combate para a Força Aérea Brasileira está próxima e que deve ser resolvida “ainda neste semestre.”

Para o El Mercurio, declarou: “As comparações sempre são difíceis, mas, entre os [outros] Brics, o que gasta menos [em defesa] é a Índia, que investe 2,5% do PIB. O Brasil gasta entre 1,5 e 1,6%. Dessa maneira, progressivamente, teremos de aumentá-lo, de maneira compatível com outros objetivos, como a guerra contra a fome e as enfermidades.”



Ministério da Defesa

Assessoria de Comunicação Social