quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Conselho de Segurança da ONU ordena saída de observadores da Síria
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os países membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) ordenaram nesta quinta-feira a saída de observadores na Síria, após quatro meses de missão sem conseguir o fim dos confrontos entre o regime de Bashar Assad e a oposição, que duram 17 meses.
De acordo com o embaixador francês da ONU, Gerard Araud, as condições para prosseguir com a missão "não foram cumpridas". Para não retirar por completo a organização do território sírio, será criado um novo escritório responsável pela distribuição de ajuda humanitária e apoio político.
Na segunda (13), o secretário-geral Ban Ki-moon propôs a substituição dos observadores desarmados por uma missão de ajuda humanitária e impulsionar o diálogo político para tentar acabar com a onda de violência na Síria.
"A ONU não pode interromper seu apoio e ajuda ao povo sírio para conseguir o fim dessa crise, mas deve se adaptar à situação".
Ban acredita que a permanência da organização é vital para a construção de um futuro pacífico para a Síria e deve trabalhar para pedir uma solução "política, negociada e sem exclusões".
Em 20 de julho, os países do Conselho de Segurança optaram pela permanência do grupo por mais 30 dias. No entanto, os observadores têm evitado sair a campo devido ao aumento da violência no país, especialmente em áreas como Aleppo, onde o regime e a oposição fazem confrontos intensos há três semanas.
A missão foi enviada para verificar a aplicação do plano de paz proposto pelo enviado especial ao país árabe, Kofi Annan, que previa o cessar fogo das duas partes e o início de uma transição política. As medidas foram descumpridas um mês depois por ambos os lados.
Ban Ki-moon lamentou a incapacidade da missão de conseguir os objetivos planejados. "A missão não foi capaz de exercer sua função chave na hora de comprovar o cessar fogo".
ESTUDOS
O secretário-geral planeja o uso da força humanitária para mediar e facilitar uma solução pacífica à crise.
"Sem uma presença apropriada da ONU para facilitar um papel mediador, a capacidade de entrar diretamente, apoiar e facilitar os compromissos entre as partes, de verificar e informar as oportunidades para o diálogo se veriam severamente limitadas".
Novamente o chefe da organização pediu o fim da violência no país, assim como a aplicação do plano de paz.
"Na Síria, continuam acontecendo graves violações dos direitos humanos, como o uso de armamento pesado contra a população civil, sequestros, detenções arbitrárias, disparos a civis por franco-atiradores, execuções extrajudiciais e negação de assistência médica aos civis feridos", afirmou.