terça-feira, 21 de agosto de 2012

Rússia e China alertam Ocidente após ameaça de Obama à Síria
Os governos da Rússia e da China alertaram o Ocidente nesta terça-feira para que não tome qualquer ação unilateral sobre a Síria, afirmando que Rússia e China concordam que violações às leis internacionais e à Carta da ONU não são permissíveis.
As declarações são feitas após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ameaçar uma intervenção militar caso o regime do ditador Bashar Assad use armas químicas durante os confrontos com os rebeldes. Essas foram as palavras mais duras de Obama contra o regime sírio desde o início da revolta.
O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que não vai permitir violações nas decisões do Conselho de Segurança.
"Rússia e China baseiam sua cooperação diplomática na necessidade de seguir estritamente as normas das leis internacionais e os princípios contidos na Carta da ONU, e em não permitir suas violações", disse Lavrov, segundo a agência de notícias Interfax, em encontro com o conselheiro de Estado da China, Dai Bingguo.
"Acredito que este é o único caminho correto nas condições de hoje", disse Lavrov.
Rússia e China se opuseram a intervenções militares na Síria ao longo dos 17 meses de um conflito sangrento entre rebeldes e as tropas leais a Assad.
Os dois países vetaram três resoluções defendidas por Estados árabes e potências ocidentais no Conselho de Segurança da ONU, que aumentariam a pressão sobre Damasco para encerrar a violência.
OBAMA
Na segunda (20), Obama disse que os EUA mudarão sua posição em relação à Siria caso armas químicas ou biológicas sejam utilizadas no conflito entre rebeldes e o ditador Bashar Assad.
"Temos deixado muito claro que para nós há algo decisivo [para uma mudança de posição], que é vermos as armas químicas caírem nas mãos de pessoas erradas", disse Obama.
"Isso mudaria significativamente minha avaliação da situação síria". Ele advertiu que os EUA estão monitorando a situação no país cuidadosamente e já têm preparado diversos planos de contingência.
"Até agora não ordenamos uma ação militar no país, mas se há algo crítico para nós, é a questão das armas químicas e biológicas", enfatizou o presidente.
Ao ser pressionado pelos jornalistas se o uso de armas químicas no país implicaria automaticamente em uma intervenção militar americana, Obama disse que situação na Síria é "muito volátil" e que não é garantido que os EUA recorrerão às forças militares nesse caso.