quarta-feira, 28 de agosto de 2013


Evo Morales pede que Brasil entregue senador boliviano asilado

 

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira que o Brasil entregue o senador opositor Roger Pinto Molina, condenado no país por corrupção. Ele chegou ao país no fim de semana, após ficar 15 meses abrigado na embaixada brasileira em La Paz.

O parlamentar boliviano deixou a representação diplomática após uma operação feita pelo encarregado de negócios brasileiro, Eduardo Saboia. Os dois viajaram em dois carros diplomáticos de La Paz a Corumbá (MS), de onde partiu para Brasília.

 

Na primeira entrevista sobre o caso, Morales pediu a volta de Pinto Molina para que seja julgado por diversas acusações pendentes ante à Justiça. "É importante devolver Roger Pinto à justiça boliviana e que seja julgado como qualquer autoridade envolvida em temas de corrupção".

Questionado se ele passasse pela mesma situação do governo brasileiro, o mandatário afirmou que o colocaria na fronteira e voltou a dizer que Pinto Molina possui quatro mandados de prisão. "Ele não é um preso político e sua fuga é prova de que é um réu confesso".

RESPOSTA

Ele pediu explicações ao Brasil e uma resposta à mensagem diplomática enviada pelo ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca. "É importante que o governo brasileiro explique o porquê dessa operação e do uso de carros diplomáticos. Estamos esperando uma resposta à nota oficial diplomática".

Morales negou que Pinto Molina corresse risco de morte e que estava sob vigilância do governo, acusações apontadas pelo encarregado de negócios brasileiro para fazer a retirada do senador boliviano. O presidente não comentou sobre as negociações com o governo brasileiro.

Opositor ao presidente, o senador é processado pela Justiça boliviana por 20 crimes, todos relacionados com a administração pública. Ele diz que é perseguido pelo governo do presidente Evo Morales e, por isso, pediu asilo diplomático ao Brasil, mas não podia sair da embaixada por não ter um salvo-conduto de La Paz.

Ele recebeu o asilo diplomático do governo brasileiro em agosto do ano passado. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse na terça (27) que Roger Pinto Molina terá que pedir refúgio ao Brasil.