terça-feira, 16 de julho de 2013

ABIN

Abin dá como certas as manifestações durante a visita do papa
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e os demais órgãos envolvidos com o planejamento de segurança da Jornada Mundial da Juventude, que marcará a primeira visita do papa Francisco ao Brasil, prevê tendência "máxima" de manifestações durante o evento, que será realizado no Rio, na próxima semana.
As ações de "grupos de pressão" são as únicas que estão em nível vermelho, a escala máxima de possibilidade de incidentes. Há diversos pontos monitorados, como "organizações terroristas", "crime organizado", criminalidade comum", "incidentes de trânsito", entre outros.
As tendências para cada um desses pontos é exposta num painel na sala de controle integrado entre a Abin e outros órgãos do Sistema de Inteligência Brasileiro, como Exército e Polícia Federal. Essa sala foi aberta aos jornalistas nesta terça-feira (16) pelo ministro José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional).
"Diante das ações dessa fonte percebidas no país nos últimos meses, associadas às ações internacionais relacionadas a grandes eventos desse teor, considerou-se tendência de manifestação positiva durante o evento", informava o painel, indicando sinal vermelho.
Em relação a outros dos pontos monitorados, os "movimentos reivindicatórios", o sinal é laranja - na prática, um ponto de interrogação. A diferença em relação aos "grupos de pressão" é que esses movimentos são mais organizados, envolvendo sindicatos, por exemplo. Nesse caso, embora falte menos de uma semana para o início da Jornada Mundial da Juventude, a análise indicava que "não havia subsídios" que pudessem determinar uma tendência.
No caso de ameaças terroristas, por exemplo, o sinal era verde - portanto, sem qualquer risco iminente de atentados, conforme análise da Abin.
Essas informações são abastecidas diariamente, segundo o ministro, por informações coletadas por diversos órgãos, por meio de uma central regional de controle, no Rio de Janeiro.
Mesmo com esse alerta, o ministro diz que as manifestações devem ser encaradas com "naturalidade" e que a capacidade de prever a ocorrência de protestos não significa que a Abin e outros órgãos irão trabalhar para evitar esses movimentos.
"As manifestações não serão um problema. Temos que encarar com naturalidade", disse o ministro, a quem está subordinada a Abin. "A ideia não é coibir."