“O Brasil e seus desafios”
Por Maynard Marques de Santa Rosa
1. INTRODUÇÃO
O comportamento coletivo do brasileiro é sempre um enigma. Interpretar cenários no Brasil constitui importante desafio para qualquer analista. Talvez por isso, Tom Jobim, com sua longa vivência no exterior, tenha afirmado: “O Brasil não é para principiantes”.
O ambiente opressivo da sociedade colonial levou o brasileiro, como mecanismo de defesa, a desenvolver a arte de dissimular o próprio comportamento e a criar artifícios para burlar a ordem legal, que se incorporaram aos costumes como “jeitinho brasileiro”.
A solução dos difíceis problemas nacionais passa, necessariamente, pela descoberta da chave do segredo, caracterizando o cumprimento do preceito filosófico de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.
Para desvendar esse conhecimento, portanto, a trajetória tem de ser investigada desde a origem.
Este “paper” representa uma síntese, em linguagem escrita, das idéias expostas em “PPS” elaborado para uma apresentação sobre o mesmo tema, e desdobra-se em cinco partes, que são desenvolvidas a seguir: Formação da Sociedade Brasileira, Evolução Política do Brasil, O Brasil em Índices, Desafios Brasileiros e Epílogo.
2. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
(Teoria de Gilberto Freyre)
A CIVILIZAÇÃO TROPICAL
A sociedade brasileira é a civilização dos trópicos. Sua matriz genotípica foi a casa-grande de engenho, cadinho onde se amalgamaram o português, o índio nativo e o negro africano, tudo sob a supervisão do jesuíta.
Foi a família do senhor de engenho que dirigiu a formação do Brasil, firmando-se como uma aristocracia tropical. Essa aristocracia rural superou o jesuíta na disputa pela propriedade da terra e predominou até mesmo sobre a autoridade colonial.
O clã dos engenhos colonizou o Nordeste e expulsou os franceses do Maranhão e os holandeses da Bahia e de Pernambuco.
O PORTUGUÊS
A população de Portugal, no início do século XVI, totalizava um milhão de almas. Para povoar o Brasil, vieram portugueses de origem moura e moçárabe, cristãos novos fugidos da Inquisição e cristãos velhos.
Afeiçoados à poligamia, pelo contato prolongado com os mouros, os portugueses miscigenaram-se nos trópicos em clima de volúpia, na relação com a mulher exótica.
A escassez de mulheres brancas na colônia estimulou a miscigenação de senhores com escravas, multiplicando a população mestiça, naturalmente adaptada ao clima tropical.
A miscigenação por poligamia era a única solução capaz de criar uma sociedade híbrida. Esse hibridismo torna a sociedade brasileira a mais harmoniosa quanto às relações de raça.
A partir do século XVII, com o bandeirante, o Brasil auto colonizou-se e passou a defender-se por si próprio das agressões estrangeiras.
O ÍNDIO
A contribuição indígena à sociedade brasileira foi legada pela mulher. Dela herdamos a cultura de asseio pessoal e higiene, o milho, o caju e o mingau. A mulher índia ansiava por estabilidade, impossível nos costumes nômades das comunidades nativas.
“Tupis ficaram no Brasil os nomes de quase todos os animais e pássaros; de quase todos os rios; de muitas das montanhas; de vários dos utensílios domésticos” (Gilberto Freyre,
O NEGRO
Os negros tinham uma predisposição biológica e psíquica à vida nos trópicos, o gosto pelo sol.
“Questão de constituição psicológica, como pretende MacDougall. E fisiológica também, através da capacidade do negro de transpirar por todo o corpo e não apenas pelos sovacos, o que se explica por uma superfície máxima de evaporação no negro, mínima no branco” (Gilberto Freyre,
Para a colônia onde não havia mulher branca, vieram as donas de casa negras. Para as minas, os técnicos e artífices. Para os campos, negros entendidos na criação de gado. Vieram também comerciantes de panos e sabão, mestres, sacerdotes e até tiradores de reza maometanos.
“Muito menino brasileiro foi criado inteiramente pelas mucamas. Raro o que não foi amamentado por negra” (Idem, pág. 433).
As mucamas tratavam as crianças brancas com uma ternura como não a conhecem igual os europeus. Os meninos tomavam a bênção das mães pretas e, quando adultos, tratavam-nas com a deferência de senhoras respeitáveis.
“Verificou-se entre nós uma profunda confraternização de valores e sentimentos”.
“Os escravos vindos das áreas de cultura negra mais adiantada foram um elemento ativo, criador e nobre na colonização do Brasil. Eles desempenharam uma função civilizadora” (Ibidem, pág. 390).
O JESUÍTA
O catolicismo foi o cimento da unidade brasileira. Foi para livrar o indígena do engenho, que o missionário o segregou em aldeias.
Os negros que aqui aportaram foram impregnados de catolicismo, seja por contágio ou por pressão social.
“A religião tornou-se o ponto de encontro e de confraternização entre as duas culturas, a do senhor e a do negro; e nunca uma intransponível ou dura barreira” (Gilberto Freyre,
“Sem os jesuítas, a nossa história colonial não seria outra coisa senão uma cadeia de atrocidades sem nome, de massacres como os das Reduções” (Joaquim Nabuco) (Idem, pág. 219).
O SISTEMA COLONIAL
O sistema colonial brasileiro baseou-se na monocultura e na escravidão.
A mandioca, base da nutrição indígena tornou-se o alimento básico do brasileiro, superando o trigo.
A monocultura tornou o Brasil uma nação subnutrida, devido às restrições que impunha à agricultura de subsistência, afetando a oferta de alimentos e comprometendo o desenvolvimento eugênico dos colonos.
Os próprios senhores de engenho nutriam-se deficientemente, de víveres mal conservados que mandavam vir de Portugal.
Curiosamente, o grupo mais bem alimentado eram os escravos. Eles constituíam o capital dos seus senhores, que os nutriam bem, a fim de preservar a eficiência da sua força de trabalho.
Os milhões de mestiços, como declarou Joaquim Nabuco, achavam-se em condição intermédia: não eram escravos, mas também não eram cidadãos.
O sistema econômico influiu nas relações de sexo e classe, dividindo a sociedade em senhores e escravos e deixando seqüelas culturais permanentes, que desafiam o nosso futuro.
Moralmente polêmico, o sistema colonial foi, no entanto, a única solução para os imensos problemas da colonização européia nos trópicos.
LIVRE INICIATIVA E SETOR PÚBLICO
O Brasil é fruto da iniciativa privada. De
No século XVIII, durante o ciclo extrativista (ouro e diamante), prevaleceu a ação do Estado no controle das minas, gerando corrupção e repressão.
No período compreendido entre o século XIX e a década de 1930, dominaram as oligarquias do café, da borracha e do cacau.
Mais recentemente, a economia diversificou-se em indústria, comércio, finanças e agro negócio, mas o Setor Público continua condicionado pelo Setor Privado.
“Aos particulares se deve, na verdade, a coragem de iniciativa, a firmeza de ânimo, a capacidade de organização que presidiram o estabelecimento no Brasil de uma grande colônia de plantação” (Gilberto Freyre
3. EVOLUÇÃO POLÍTICA DO BRASIL
CONSOLIDAÇÃO POLÍTICA
O Brasil independente herdou a monarquia, a economia escravista e a política intervencionista do Império português.
A monarquia preservou a integridade nacional. O intervencionismo levou à Guerra do Paraguai. A Guerra do Paraguai e a abolição causaram a queda da monarquia.
Em
Em 1822, o Brasil tinha 4,5 milhões de habitantes, sendo 22% de brancos, 27% de escravos, 17% de índios e 34% de mestiços.
A escravidão gerava uma sociedade dividida por discriminação, preconceito e ressentimento, onde imperava o pavor do “haitianismo”.
O País era um arquipélago de comunidades isoladas e autônomas, dominado por interesses provincianos muitas vezes conflitantes. O interesse dominante que determinou a unidade política foi o escravagismo.
Havia resistência geral aos impostos para manutenção da corte no Rio de Janeiro, e as elites intelectuais estavam impregnadas das idéias da Revolução Francesa: liberdade – igualdade – fraternidade.
As forças armadas, incipientes, eram mescladas de mercenários e não dispunham de estrutura nacional; restringiam-se à jurisdição provincial.
As divisões políticas logo se manifestaram em todas as províncias. De um lado, conservadores (monarquistas absolutos e constitucionais), restauradores e unitaristas.
De outro, liberais, republicanos e federalistas.
A insatisfação eclodiu nas revoluções pernambucanas de 1817 e 1824, cuja repressão severa enfraqueceu o prestígio do Imperador.
D. Pedro I, desgastado pelas críticas à sua conduta pessoal, perda da Cisplatina e envolvimento na crise portuguesa, perdeu o controle da situação política, e teve de abdicar em sete de abril de 1831, em favor do herdeiro de cinco anos de idade.
A REGÊNCIA
Entre 1831 e
A pacificação deveu-se, principalmente, às lideranças militares do Exército, com destaque para o futuro Duque de Caxias, e aos bloqueios navais de Rio Grande, Salvador e Belém, pela nascente Marinha de Guerra Imperial.
D. PEDRO II
O discernimento político do sábio imperador manteve estável o Brasil, durante 49 anos. No início, porém, teve de enfrentar as turbulências da Revolução Liberal de São Paulo e Minas (1842) e da Revolução Praieira de 1848.
A Guerra do Paraguai (1865-1870) consumiu as energias do Império no Sul, deixando à míngua as demais províncias.
A abolição destruiu a economia escravagista, retirando o apoio da aristocracia rural ao governo, o que levou à queda do Império. Sem qualquer indenização, os donos de escravos do Norte foram à falência. As plantações paulistas foram salvas pela imigração européia.
A Lei Áurea deflagrou a migração rural e o fenômeno da urbanização, que explodiu no século XX.
“Em 1888, o escravo foi substituído pelo pária de usina; a senzala, pelo mocambo; o senhor de engenho, pelo usineiro ou pelo capitalista ausente” (Gilberto Freyre,
Os brasileiros passaram a engrossar as carreiras liberais e o funcionalismo público, buscando as sinecuras republicanas – que permitissem perpetuar a vida de ócio dos filhos da elite arruinada, bem como evitassem as obrigações aviltantes do trabalho manual para os filhos de escravos, ansiosos de se distanciarem das senzalas.
A REPÚBLICA
A República foi uma imposição evolutiva. Sua proclamação ocorreu sem participação popular. Conspirada a partir do Clube Republicano de Itu, teve liderança maçônica. O marechal Deodoro e todos os seus ministros eram maçons.
As oligarquias de São Paulo e Minas passaram a usar a Federação em benefício próprio.
A crise dos governos Hermes da Fonseca (1910-1914) e Wenceslau Brás (1914-1918) iniciou a derrocada da 1ª República.
A borracha, responsável por 40% das exportações nacionais, entrou em colapso em 1915. O comércio do café, que respondia por 60%, declinou fortemente, devido à 1ª Guerra Mundial.
“No segundo semestre de 1916, o Brasil encontrava-se à bancarrota, tendo de submeter-se ao financiamento externo em regime de funding”. “O Banco da França e a Casa Rotschild concederam o empréstimo de 11 milhões de libras, sob duras condições de garantia, que incluíam a suspensão de todas as obras públicas, cortes orçamentários e interferência na administração do Banco do Brasil, com a indicação de um representante francês e outro inglês, fiscais do funding” (Antonio Loureiro,
A classe média urbana emergiu na política da década de 1920, com o “tenentismo”, um movimento militar, criado pelos “jovens turcos” vindos da Alemanha com as idéias que impulsionaram a Revolução de 1930.
Foram tenentistas as revoluções de 1922 (Forte de Copacabana), 1924 (SP, RS e SE), 1927 e a Coluna Prestes-Miguel Costa.
A Revolução de 1930 não encarnou um projeto estratégico. A industrialização foi a saída para o colapso do café, após a depressão de 1929. Com ela, fortaleceu-se o sindicalismo e intensificou-se a urbanização do País.
O “tenentismo” diluiu-se, após a conversão de Luís Carlos Prestes, que passou a liderar o movimento comunista no Brasil.
O governo Getúlio Vargas surfou sobre as turbulências do período de entre guerras, graças ao apoio do Exército – Enfrentou a Revolução de
“A Revolução de 1930 põe fim à hegemonia da burguesia do café” (pág. 149).
“Vitoriosa a revolução, abre-se uma espécie de vazio de poder. (...) O Estado de compromisso é a resposta para essa situação” (pág. 150).
“Mas o reajuste foi obtido após um doloroso processo – marcado pela Revolução de
A vitória das democracias na 2ª Guerra Mundial inspirou o fim da ditadura Vargas, que foi substituída pela ordem constitucional de 1946 – A República Nova.
Eleito em 1955, Juscelino Kubitscheck executou o primeiro plano de metas do Brasil.
A República Nova foi contaminada pelo conflito ideológico da Guerra Fria, causando a intervenção das Forças Armadas, em 31 Mar 1964, para evitar o caos e a invasão estrangeira.
Os Governos militares (1964-1985) ressuscitaram os antigos ideais tenentistas. Os três Planos Nacionais de Desenvolvimento elevaram o Brasil de 46ª para 8ª economia mundial.
Após 1964, o conflito ideológico tornou impossível o consenso em torno de um projeto integral para o futuro do Brasil.
Na década perdida (1980), a economia estagnou sob forte inflação e dívida externa, ante o impacto das duas crises mundiais do petróleo (1973 e 1979).
“Em setembro de 1982, após o calote do México, a quebra de um país do porte do Brasil assombrava o mundo, devido ao risco de contágio que poderia levar a uma crise sistêmica” (Jornal O GLOBO, 2 Set 2012).
A agenda ideológica refletiu-se no texto da Constituição Federal de 1988.
A partir do governo Itamar Franco, o Plano Real recuperou a estabilidade econômica, e as novas condições do mercado mundial permitiram a retomada do desenvolvimento.
Na década de 2000, o Brasil emergiu como um dos BRICS. Atualmente, nova crise mundial parece já afetar a economia do País.
4. O BRASIL EM ÍNDICES
Um dos novos BRIC`s, o Brasil tem uma área de 8.514.876 km², que corresponde a 47% do território da América do Sul. É o quinto país do mundo em extensão territorial.
A população brasileira aumentou de 51.944.397 habitantes em 1950 (urbana: 20 milhões; rural: 31milhões), para 193.946.883 em 2012 (urbana: 160 milhões; rural: 33 milhões). Representa 55% da população da América do Sul. O crescimento de 516% da população urbana em 62 anos mostra que, em pouco mais de meio século, o Brasil rural transformou-se em país urbano.
O PIB brasileiro é de U$ 2,5 trilhões, o 6º do mundo. Equivale a 51% do PIB da América do Sul.
A dívida pública do Brasil é de: U$ 1,1014 trilhão (externa: U$ 308,4 bilhões; interna: U$ 793 bi.).
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro ainda é muito baixo: 0,718, o 84º do mundo.
O Brasil detém 12% da água doce do Planeta; é o 2º produtor mundial de grãos, com 6,2% da produção mundial; o maior exportador mundial de carne, com 12 mil toneladas; é auto-suficiente em energia, e o 3º produtor mundial de minerais.
5. DESAFIOS BRASILEIROS
6.
ATAVISMOS CULTURAIS
Herança do processo de formação da sociedade, inúmeros atavismos culturais permanecem arraigados na alma brasileira, como o misticismo, a imitação, a corrupção, o sadismo e o masoquismo, o desapreço ao trabalho, a ostentação e a mania de grandeza.
Misticismo – O ambiente social do índio era um amontoado de preconceito, animismo e medo, que foi assimilado pela sociedade brasileira, gerando uma atitude totêmica e animista em face das plantas e dos animais.
Imitação – Era costume dos negros, batizar os filhos com o nome de família dos senhores brancos. Daí, a dificuldade que se tem de identificar a origem social pelo sobrenome de família.
Corrupção - “Outra herança portuguesa, da época de D. João VI, é a prática da caixinha nas concorrências e pagamentos públicos. O historiador Oliveira Lima diz que se cobrava uma comissão de 17% sobre todos os pagamentos ou saques no tesouro público” (Laurentino Gomes, em “
Sadismo e masoquismo – O sadismo como reflexo do hábito de abusar do escravo estendeu-se aos costumes escolares. Nos colégios antigos, abusou-se da fraqueza infantil. Houve volúpia em castigar e humilhar a criança.
“Transforma-se o sadismo do menino e do adolescente no gosto de mandar dar surra, arrancar dente de negro ladrão, no gosto de mando violento ou perverso que explodia nele quando no exercício de função elevada; ou no simples e puro gosto de mando, característico de todo brasileiro nascido ou criado em casa-grande de engenho. Gosto que tanto se encontra, refinado em um senso grave de autoridade
Desapreço ao trabalho – O brasileiro aprendeu do português a fugir do trabalho, repassando todo o serviço aos negros cativos. A preguiça levava o povo a “vegetar na escuridão da ignorância e na extrema pobreza” (William John Burchell).
Ostentação – O anel de bacharel ou doutor brasileiro, com rubi ou esmeralda, é uma reminiscência oriental de sabor israelita.
Mania de grandeza – “Na burguesia colonial brasileira, conservou-se o velho hábito dos avós portugueses, às vezes guenzos de fome, mas sempre de roupa de seda ou veludo, dois, três, oito escravos atrás, carregando-lhes escova, chapéu de sol e pente” (Gilberto Freyre,
“Ainda hoje, se encontra no brasileiro muita simulação de grandeza no vestuário e em outras exterioridades, com sacrifício do conforto doméstico e da própria alimentação diária” (Idem, pág. 529).
CONCLUSÃO
A cultura da improvisação, a falta de planejamento e a indefinição do futuro podem indicar que o Brasil ainda é um país sem rumo.
Dentre os atavismos culturais do povo, é notório que o brasileiro ainda sofre de insegurança característica do “complexo de colônia”.
É fato que o povo brasileiro é coletivamente pacífico, solidário, amigável, criativo e tolerante. Contudo, ainda conserva traços de imaturidade que comprometem os indicadores de civilização do País: indisciplina, incivismo, negligência para com a família, desapreço ao trabalho e tolerância à corrupção.
Portanto, à luz do estudo realizado, destaca-se a seguinte agenda de necessidades nacionais:
1 – recuperar o espírito cívico;
2 – reduzir a corrupção;
2 – melhorar a gestão pública;
3 – garantir a educação básica;
4 – manter o desenvolvimento;
5 – restabelecer a segurança (jurídica, pública e nacional);
6 – completar a integração física e social do País;
7 – alcançar a auto-suficiência econômica da Amazônia;
9 – completar a interligação com os países vizinhos da América do Sul.
6. EPÍLOGO
Os ideais de ordem e progresso estão gravados nos arquétipos da nacionalidade, como pilares da sociedade que há de ser o modelo global de civilização do futuro.
A ordem é condição indispensável ao progresso; implica justiça social, disciplina e consenso. Com o tempo, a sabedoria popular ocupará o lugar da ignorância, e a persuasão substituirá a opressão, garantindo a coesão do povo.
O progresso é vetor evolutivo da humanidade, impositivo da lei natural; haverá de varrer a segregação e os sofismas ideológicos que negam os benefícios da cooperação universal.
A fraternidade, fundada sobre valores de ordem e solidariedade, transcende raças e costumes e haverá de fecundar o ideário do progresso. Foi ela que inspirou a causa da Independência, priorizando a ordem e a unidade e postergando agudas motivações republicanas.
O monarca brasileiro foi aclamado imperador e não rei, por reunir os dois Estados autônomos legados por Portugal à América: o Brasil e o Grão-Pará.
Discretamente, a Sublime Ordem tem exercido um protagonismo primordial à nossa História, como vetor de progresso, do Império à República.
É preciso recobrar a fé e a esperança no futuro da pátria da miscigenação.
Deus salve e guarde o Brasil.
Maynard Marques de Santa Rosa é General de Exército na reserva.
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