terça-feira, 30 de julho de 2013

BR 163 - Cuiabá / Santarém

As rodovias e a competitividade do país
30/07/13 08:19 | Fernando Crosara - Gerente da regional centro-oeste da ABCP

Segundo o estudo "BR-163: Quebra de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior", da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil economizaria até R$ 1,4 bilhão por ano com o transporte de cargas a partir da conclusão dessas obras.
Isso porque os exportadores mudariam a via de exportação para os portos do Norte, uma rota mais curta e mais barata para atingir os mercados globais.
Além de abrir uma nova via para o comércio internacional, aliviando a infraestrutura do Sul do Brasil, a BR-163 tornaria a indústria da região mais competitiva.
Responsável por 52% da safra brasileira de soja (68,2 milhões de toneladas), o Norte de Mato Grosso é obrigado a exportar sua produção pelos portos do Sul e do Sudeste, a rota mais longa. Com a BR-163 em operação, estima-se que 45,5 milhões de toneladas de grãos poderiam ser exportadas pelos portos do Norte.
Iniciada em 1973, a BR-163 tem pavimentado apenas o trecho de Cuiabá à divisa de Mato Grosso com o Pará, no município de Guarantã do Norte. Levantamento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (APROSOJA) constatou que apenas 49% do trecho paraense está pavimentado.
O restante são quilômetros de buracos e lama, formando um percurso de atoleiros e transtornos para os motoristas que se aventuram no trajeto.
Para rodovias como a BR-163, que concentram grande movimento de carga pesada, com verdadeiros comboios de caminhões, o concreto é a alternativa mais indicada de pavimentação, pois dispensa a necessidade de operações tapa-buracos e recapeamentos frequentes, que elevam o custo de manutenção.
Outro benefício é a economia de combustível para caminhões, principalmente os que transportam grandes cargas, podendo chegar até 20%, além de ser uma das alternativas mais recomendadas para atender às exigências ambientais, cada vez mais rigorosas e determinantes para a aprovação dos projetos.
A visibilidade também é melhor com a aplicação do sistema, pois a coloração clara do pavimento de concreto permite melhor visibilidade e redução do consumo de energia elétrica pública em até 40%, em virtude da maior reflexão da luz.
O concreto proporciona, ainda, melhores condições de segurança ao motorista, pois reduz as distâncias de frenagem, não promove aquaplanagem e reduz a temperatura do ambiente em que está aplicado.
Na própria BR 163, onde ela se sobrepõe à BR 070 e à BR 364, no local denominado Serra de São Vicente, foram pavimentados 19 km de pista dupla em concreto, sendo que este era um dos trechos mais difíceis e perigosos para os caminhoneiros.
Pronto há quase dois anos, apresenta excelentes condições de trafegabilidade. Também está em construção na mesma BR, um trecho de10 km na Serra de Nobres que deverá entrar em operação ainda este ano.
Estão sendo realizados ainda, estudos de viabilidade para utilização do pavimento de concreto nos contornos Norte e Sul de Cuiabá, que devido ao tráfego pesadíssimo que apresentam, também deverão receber o concreto.
Com um projeto adequado e aplicação correta da tecnologia mais indicada para rodovias de tráfego pesado, a BR-163 tem tudo para ser a via de ligação mais importante do Centro-Oeste, direcionando o Brasil para um modelo de infraestrutura que atende à demanda do crescimento do País.
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Fernando Crosara é gerente da regional centro-oeste da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)