segunda-feira, 25 de maio de 2015

AM lidera números de acidentes aéreos graves na região norte
Na região Norte, o Estado concentra o maior número de ocorrências graves, com 36% dos casos da Amazônia Ocidental
25 de Maio de 2015
LUANA CARVALHO
Em 2009, uma aeronave da Manaus Aerotáxi caiu pouco antes de chegar a Manaus, com 28 pessoas a bordo: 24 morreram (Luiz Vasconcelos - Arquivo/AC )
Desde 2007, 70 acidentes e 28 incidentes graves foram registrados pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 7) na Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia), somando 62 vítimas fatais. Das 98 ocorrências, 36% foram no Amazonas. O Estado ocupa a 11º posição no ranking de acidentes aéreos, com 4,5% dos casos registrados no Brasil.
Em 1º lugar está o Estado de São Paulo, com 21% dos acidentes. Da região Norte, o Amazonas lidera o ranking de acidentes e incidentes aéreos, seguido de Roraima, que registrou 16 casos nos últimos sete anos, de acordo com o Panorama Estatístico da Aviação Civil Brasileira 2014.
De todos os acidentes, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) emitiu 59 relatórios finais, que podem ser acessados pelo site do órgão. Ainda faltam concluir 39 relatórios.
Um dos que não constam na página oficial do Cenipa é o acidente com um avião da Manaus Aerotáxi, em 2009. A aeronave caiu no rio Manacapuru depois de ter decolado do Município de Coari (distante 363 da capital amazonense). Faltavam menos de 20 minutos para o voo chegar ao local de destino, Manaus.
O acidente deixou 24 mortos, sendo que 20 eram da mesma família e seguiam para Manaus para participar de uma festa de aniversário. Apenas quatro pessoas sobreviveram ao acidente.
Outros casos
A aeronave de prefixo PT-EJU, que caiu no dia 13 de maio de 2010 e fez seis vítimas, entre elas a então secretária de Estado de Educação, Cinthia Regia Gomes, também teve repercussão na mídia nacional.
A aeronave decolou do Aeródromo de Flores, em Manaus, às 14h55, com destino ao aeródromo de Maués (distante 286 quilômetros da capital). Estavam o piloto e cinco passageiros a bordo. Um minuto após a decolagem, o piloto informou ao controle de tráfego aéreo que retornaria ao aeródromo de partida devido a um problema que não foi informado.
O piloto não conseguiu atingir a pista e tentou efetuar um pouso de emergência em um terreno de um seminário salesiano, no bairro Zumbi, Zona Leste. Durante a tentativa de pouso, a aeronave impactou violentamente contra o solo, ocasionando o vazamento de combustível. Toda a tripulação morreu carbonizada.
Segundo relatório do Cenipa, a última inspeção da aernovado foi realizada em março de 2010. A próxima inspeção do tipo “50 horas” teria que ser realizada com 3.022,8 horas de voo, mas no momento do acidente, a aeronave já contabilizava 3.065 horas.
Após voo irregular, pouso forçado
Em abril de 2014, um avião bimotor fez um pouso forçado em um sítio de Iranduba (a 27 km de Manaus). A aeronave havia saído de Canutama, a 619 km da capital. O relatório final do Cenipa apontou que o piloto não tinha plano de voo nem autorização de translado e estava com o Certificado de Habilitação Técnica (CHT) vencido desde 2012.