Haiti: ONU diz que epidemia de cólera precisa de
‘atenção urgente’
Coordenador da ONU
para resposta ao cólera no Haiti declarou que é compreensível que a atenção da
mídia esteja agora no Nepal, onde um terremoto similar ao do Haiti ocorreu,
“mas não podemos esquecer o cólera”.
Pedro Medrano Rojas
segura uma criança durante visita em julho de 2014 à comunidade de Las Palmas,
no Haiti. Foto: ONU/ Paulo Filgueiras
A epidemia de cólera no Haiti continua a ser a maior da história recente do
mundo, de acordo com o coordenador sênior da ONU para resposta à
doença no Haiti, Pedro Medrano Rojas. No entanto, enfatizou, a crise de saúde
saiu da agenda internacional após ter deixado aparecer na mídia.
Medrano declarou
que é compreensível que a atenção da mídia esteja agora no Nepal, onde um
terremoto similar ao do Haiti ocorreu, “mas não podemos esquecer o cólera”,
disse ele nesta quinta-feira (14). “A epidemia de cólera no Haiti ainda é uma
emergência humanitária que requer atenção urgente. Como poderíamos reagir se
qualquer outro país tivesse a previsão de 28 mil casos de cólera em 2015?”.
“Quando os fundos
de cooperação secam, as equipes de resposta na região não têm mais recursos
para lidar adequadamente com os alertas, tratar os doentes e evitar mais
mortes”, disse o funcionário da ONU relatando que a epidemia causou 9 mil
mortes e afetou mais de 735 mil pessoas desde outubro de 2010, quando o surto
começou na sequência do terramoto.
“Imagens terríveis
de edifícios em ruínas e pessoas tentando sobreviver no meio do desastre estão
gravadas em nossas memórias”, disse ele. “E nós também podemos lembrar a
excelente mobilização internacional, cometidos tanto na reconstrução do país
quanto na luta contra a epidemia de cólera que surgiu meses depois”.
Chuvas fortes de
setembro 2014 combinado com a falta de recursos para uma resposta apropriada
reverteram o período de declínio alcançado. Desde então, o contágio disparou no
país passando de aproximadamente mil ao mes para mil por semana, com o registro
da morte de 113 pessoas entre janeiro e março.