segunda-feira, 18 de maio de 2015


Haiti: ONU diz que epidemia de cólera precisa de ‘atenção urgente’








Coordenador da ONU para resposta ao cólera no Haiti declarou que é compreensível que a atenção da mídia esteja agora no Nepal, onde um terremoto similar ao do Haiti ocorreu, “mas não podemos esquecer o cólera”.

 

Pedro Medrano Rojas segura uma criança durante visita em julho de 2014 à comunidade de Las Palmas, no Haiti. Foto: ONU/ Paulo Filgueiras

A epidemia de cólera no Haiti continua a ser a maior da história recente do mundo, de acordo com o coordenador sênior da ONU para resposta à doença no Haiti, Pedro Medrano Rojas. No entanto, enfatizou, a crise de saúde saiu da agenda internacional após ter deixado aparecer na mídia.

Medrano declarou que é compreensível que a atenção da mídia esteja agora no Nepal, onde um terremoto similar ao do Haiti ocorreu, “mas não podemos esquecer o cólera”, disse ele nesta quinta-feira (14). “A epidemia de cólera no Haiti ainda é uma emergência humanitária que requer atenção urgente. Como poderíamos reagir se qualquer outro país tivesse a previsão de 28 mil casos de cólera em 2015?”.

“Quando os fundos de cooperação secam, as equipes de resposta na região não têm mais recursos para lidar adequadamente com os alertas, tratar os doentes e evitar mais mortes”, disse o funcionário da ONU relatando que a epidemia causou 9 mil mortes e afetou mais de 735 mil pessoas desde outubro de 2010, quando o surto começou na sequência do terramoto.

“Imagens terríveis de edifícios em ruínas e pessoas tentando sobreviver no meio do desastre estão gravadas em nossas memórias”, disse ele. “E nós também podemos lembrar a excelente mobilização internacional, cometidos tanto na reconstrução do país quanto na luta contra a epidemia de cólera que surgiu meses depois”.

Chuvas fortes de setembro 2014 combinado com a falta de recursos para uma resposta apropriada reverteram o período de declínio alcançado. Desde então, o contágio disparou no país passando de aproximadamente mil ao mes para mil por semana, com o registro da morte de 113 pessoas entre janeiro e março.