"...
Mas se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à
luta, ..."
Prezados Colegas e
Amigos
Com alto grau de
constrangimento, ora enviamos este e-mail com seu anexo contendo o Ensaio “A
HISTÓRIA SE REPETE” há muito disseminado e que continua bem atual.
Neste momento
histórico que vivenciamos, a Escola Superior de Guerra – ESG está sob intenso
fogo inimigo, como os militares dizem no seu jargão.
Pertencemos e atuamos
no grande sistema ESG/ADESG há cerca de 49 anos (desde 1966) e, em muitos
períodos, com grande intensidade.
Presenciamos, em seu
âmago, momentos de todos os tipos. Mas, nunca uma situação tão preocupante como
a que ora vivemos.
Preocupação agravada
pela inércia e silêncio dos que conhecem e guardam a verdade para si, por
comodidade, interesse pessoal ou falta de elã.
Acreditamos conhecer
uma possível resposta à indagação que ora impera em seu âmago: “Por que há uma
tenaz e contínua investida contra a ESG?”.
Estamos convictos de
que esta resposta está contida no citado Ensaio anexo que encerra a gênese do
ambiente que os últimos governos têm proporcionado contra o sistema ESG/ADESG e
que já foi amplamente difundido por cópia neste sistema e no âmbito do
Ministério da Defesa, além da publicação no periódico ADESGUIANO.
É triste e difícil
assistir, impotente, a esse desenrolar dos acontecimentos!
Está sendo veiculada
na televisão uma gravação com entrevista do Exº Sr. Ministro da Defesa
afirmando, entre outras notícias, que estava em andamento a troca do nome da
Escola Superior de Guerra para Escola Superior de Defesa.
Seguiu-se uma tentativa de justificar a medida, completamente fora de propósito.
Caso tivesse feito
qualquer curso da tradicional ESG, S.Exª saberia:
1. que Guerra é um
fenômeno sociológico que todos os povos já sofreram com ele e, inevitavelmente,
poderão vir a experimentar no futuro em seus processos histórico-culturais;
2. que Guerra não tem
sua escalada e eclosão por decisão militar;
3. que declaração de
Guerra ou acordo de Paz, formal ou não, são atos políticos e não militares
(vide Art. 137 de nossa Carta Magna);
4. que não há lógica
falar de Defesa sem considerar Hipóteses de Guerra;
5. que, como sendo o
fenômeno sociológico mais importante para qualquer nação, muitas vezes surgindo
por vontade exógena, a Guerra não deve ser improvisada e deve ser sempre
prevista em termos de Hipóteses; e
6. que, sem esgotar o
assunto, a Guerra pode se manifestar de variadas maneiras como, por exemplo,
Guerra Econômica, Guerra Psicológica, Guerra Fria, Guerra Religiosa, Guerra
Diplomática, Guerra Subversiva, Guerra Cultural, etc, etc, etc.
Infelizmente, S. Exª
não atinou para o fato de que Guerra não pressupõe, por si só, um conflito
armado que eclode por atos volitivos dos conflitantes. Muitas vezes surgem de
escaladas incontroláveis pelas partes que passam a ser beligerantes.
Nunca é demais
relembrar que, completamente contra a vontade nacional, a Nação Brasileira foi
levada a participar de inúmeros conflitos historicamente nominados como Guerra
do Paraguai, Grande Guerra, II Guerra Mundial e, mais recentemente, Guerra da
Lagosta, entre outras. Em todas, dentro de nossas possibilidades, nos
defendemos com sucesso. Qualquer leigo conclui que Defesa é ação e que Guerra
é fenômeno sociológico.
Em termos de técnica
de Administração, quando departamentalizamos uma estrutura organizacional os
nomes de seus órgãos devem retratar o “problema” de responsabilidade direta de
cada um e não a “solução” que cada um deve adotar.
Considerando tudo
isto, mesmo para qualquer medíocre analista, evidencia-se a aproximação do fim
da ESG como concebida em julho de 1949 – por um eminente grupo de verdadeiros
brasileiros – e, concomitantemente, o inevitável desvanecimento da Associação
dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG.
É desalentador!
Gilbert
Keith Chesterton (crítico inglês: 1874-1936) em sua época já enfatizava: “Quem
muito me preocupa não são aqueles que não veem soluções e sim os que não querem
ou não conseguem sentir e entender os problemas”.
Entretanto, devemos
sim, como brasileiros - e como fazemos -, aproveitar todas as oportunidades
para defender o grande sistema ESG/ADESG, mantendo sempre em mente que
"O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”.
Cordialmente,
AD
Dr
Amaury Dabul