Ministério da Defesa e Escola Superior de Guerra promovem seminário
“Diplomacia e Defesa”
Publicado em Terça, 07 Abril 2015 18:11 | Última atualização em Terça,
07 Abril 2015 18:16
Brasília, 7/4/2015
– A Chefia de Assuntos Estratégicos (CAE) do Ministério da Defesa
promove, até o próximo dia 09 de abril, o seminário “Diplomacia e Defesa”. O
evento tem o objetivo de incrementar a capacidade diplomática da área militar,
bem como aproximar os temas da Defesa Nacional da política externa brasileira.
Com participação de civis e membros das Forças Armadas, o seminário também é
uma introdução ao curso “Diplomacia de Defesa” da Escola Superior de Guerra
(ESG) e que será ministrado a partir do próximo dia 14/04.
Foto: Tereza Sobreira
Na abertura, general Menandro ressaltou que existem muitos exemplos de
diplomacia no cotidiano da defesa brasileira
O evento foi aberto
nesta terça (7) pelo chefe da CAE, general Gerson Menandro Garcia de Freitas.
“Os exemplos de diplomacia militar no dia-a-dia, praticados pela defesa
brasileira, são muitos. Nós temos, no ano inteiro, um programa intenso de
relacionamento com as nações amigas, em reuniões bilaterais; grupos de trabalho
conjunto; exercícios integrados com tropa, quando a doutrina militar é mostrada
com total transparência; e em atividades na fronteira também”, disse o general
em seu pronunciamento.
Menandro elogiou a
ESG pela iniciativa de aproximação da Defesa com o Itamaraty. Até junho, os
participantes irão ter contato com disciplinas de Relações Internacionais,
Direito Internacional, Ciência Política, Sociologia e Geopolítica, Inteligência
Estratégica, Relações Diplomáticas, Negociações Internacionais, Pensamento
Brasileiro de Defesa e Economia e Desenvolvimento.
Relações Exteriores
O diretor do
Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais, embaixador José Humberto de
Brito Cruz, fez a primeira palestra do dia. Em sua exposição, citou que o
Itamaraty e as Forças Armadas “sempre trabalharam juntos”. “Temos agendas
diferentes, mas interesses que são os mesmos, como a preocupação com o país e a
estratégia para melhor inserção do Brasil”, afirmou.
Para o embaixador,
o papel da diplomacia é assegurar condições para minimizar e lidar com as
vulnerabilidades externas. Nesse sentido, ressaltou que “o Brasil é
naturalmente uma nação que está sujeita a forte sensibilidade a esses eventos”.
Foto: Tereza Sobreira
Para o representante do Itamaraty, Brasil contribui ao ter comportamento
harmonioso com temas como religião
Ao falar sobre a
conjuntura atual mundial, Cruz destacou temas contemporâneos como a
intolerância religiosa e demais discriminações, por exemplo a de raça.
“Acredito que a maior contribuição que o Brasil pode dar nesse tema é por meio
do nosso exemplo. Poucos países no mundo têm a atmosfera de liberdade e de
convivência harmoniosa como aqui. É um exemplo para o exterior.”
Livro Branco
"Defesa é um
assunto de interesse de todo o cidadão", afirmou o coronel Wallace Vianna
Martins Junior, da Assessoria de Planejamento do Ministério da Defesa, ao abrir
sua palestra sobre o Livro Branco de Defesa Nacional. O oficial salientou que o
documento é uma importante ferramenta esclarecedora das atividades de defesa do
Brasil.
"Foi o nosso
primeiro produto e permite a sociedade conhecer a temática militar, além de
estimular a discussão no âmbito da administração federal, meio acadêmico e por
parte da sociedade brasileira", disse.
O coronel destacou
que o Livro Branco é uma ferramenta útil para o fortalecimento da confiança e
promoção da segurança entre os países das Américas. "O Livro fortalece a
cooperação, propicia transparência e confiança entre os Estados", complementou
o militar.
"O material é
também um mecanismo de prestação de contas à sociedade sobre a adequação da
estrutura de defesa hoje existente aos objetivos traçados pelo poder
público", apontou o palestrante.
A maioria dos
países do continente americano possui um livro branco de defesa. Em novembro de
2002, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução que
estabelecia diretrizes para a elaboração de documentos sobre políticas e
doutrinas nacionais de defesa.
O coronel Wallace
esclareceu que o conceito sobre este tipo de documento surgiu no Reino Unido,
onde o governo tinha a necessidade de expor uma nova política à sociedade. Em
linhas gerais, o livro descreve o contexto amplo de política e estratégia para
o planejamento de defesa.
Foto: Tereza Sobreira
Livro Branco de Defesa Nacional foi tema de uma das palestras do dia,
ministrada pelo coronel Wallace
No Brasil, em
agosto de 2010, foi sancionada a Lei Complementar nº 136 que determinou a
elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional. A partir daí, foram realizadas
várias oficinas temáticas, seminários e outros eventos com a participação de
civis, militares das Forças Armadas, da Escola Superior de Guerra, acadêmicos e
de representantes de setores ligados à Defesa, com o objetivo de colaborar na
confecção do material.
Aprovado pelo
Congresso Nacional em setembro de 2013, o Livro Branco contém seis capítulos
que tratam sobre o Estado brasileiro e a Defesa Nacional, o Ambiente
Estratégico do século XXI, a Defesa e o Instrumento Militar, Defesa e
Sociedade, a Transformação da Defesa e Economia da Defesa.
Foram produzidos
5.500 exemplares, sendo 4.500 em português, 500 em espanhol e 500 em inglês,
além de uma versão eletrônica. O Livro Branco foi distribuído para escolas,
universidades, órgãos públicos, instituições militares, embaixadas estrangeiras
e outras entidades.
Em 2016, o Livro,
com quase 300 páginas, passará por uma atualização, já que retrata a realidade
nacional em constante transformação. "Iremos buscar novamente a
participação da sociedade para esta nova edição", afirmou o coronel
Wallace.
Por Marina Rocha e
Alexandre Gonzaga
Assessoria de
Comunicação
Ministério da Defesa
Ministério da Defesa