Chega ao fim prazo de rendição voluntária de
rebeldes na República Democrática do Congo
Em vez de se render
e entregar as armas, grupo armado FDLR usou o período para continuar cometendo
abusos dos direitos humanos, recrutar combatentes e defender sua agenda
política ilegal, afirmam representantes da ONU.
Alguns combatentes
do FDRL que se entregaram voluntariamente para a MONUSCO no Sul do Kivu,
durante uma cerimônia realizada em 28 de dezembro de 2014. Foto: MONUSCO/Serge
Kasanga
Terminou na última
sexta-feira (2) o período de seis meses para a entrega completa e incodicional do
grupo armado Forças Democráticas pela Libertação da Ruanda (FDLR). Na ocasião,
as Nações Unidas e parceiros pediram que fossem tomadas “todas as medidas
necessárias” para desarmar os rebeldes, que possuem como histórico uma lista de
crimes hediondos na República Democrática do Congo (RDC).
O FDLR foi um dos
autores do genocídio de Ruanda em 1994 e recebeu o prazo de seis meses para a
rendição voluntária. No entanto, em vez da capitulação, o grupo armado usou o
período para continuar cometendo abusos dos direitos humanos no leste do país,
recrutando combatentes e defendendo sua agenda política ilegal, afirmaram o
enviado especial da ONU para os Grandes Lagos, Said Djinnit, e o representante
especial do secretário-geral na RDC, Martin Kobler.
A ONU afirma que
terminar com a ameaça do FDLR não é uma responsabilidade única da RDC, mas sim
uma tarefa compartilhada pelos países da região e do resto do mundo, que devem
garantir a responsabilização dos perpetradores de crimes de guerra, crimes
contra a humanidade e genocídio.
Ao não cumprir com
o prazo estabelecido, o “FDLR não deixou nenhuma outra opção para a comunidade
regional e internacional do que optar pela via militar contra aqueles dentro do
grupo armado que não querem se desarmar voluntariamente”, alertaram os
enviados, convocando o governo da RDC e a Missão da ONU no país (MONUSCO) a
tomar todas as medidas necessárias para assegurar a desmilitarização dos
rebeldes do FDLR.