Petrobras anuncia
produção de biodiesel a partir de óleo de peixe
Em usina no Ceará,
produção será feita a partir do óleo extraído de vísceras de peixe. Biodiesel
pode beneficiar 300 piscicultores familiares e garantir a compra de 15
toneladas de resíduos e gorduras de peixe por mês
Rio de Janeiro (RJ), 22 de Janeiro de 2015
NIELMAR DE OLIVEIRA (AGÊNCIA BRASIL)
Inicialmente, 300 piscicultores familiares podem
ser beneficiados com medida (Tomaz Silva/ABr)
A Petrobras vai começar a produzir
ainda este mês biodiesel a partir do óleo de peixe. Por meio de nota, a estatal
informou que a produção do biodiesel a partir dessa matéria-prima vai
beneficiar inicialmente 300 piscicultores familiares e garantir a compra de 15
toneladas de resíduos e gorduras de peixe, por mês, de piscicultores cearenses.
A produção será feita pela Petrobras
Biocombustíveis na Usina de Quixadá, no Ceará, a partir do óleo extraído de
vísceras de peixe, conhecido como OGR (óleos e gorduras residuais) de peixe. A
companhia recebeu, em dezembro, 4,55 toneladas do produto para produção de
biodiesel.
Segundo informações da estatal, o
volume é resultado do primeiro contrato de compra firmado com a Cooperativa dos
Produtores do Curupati, em Jaguaribara, região centro-sul do estado, em 18 de
dezembro de 2014. Na ocasião, também foi assinado convênio com a Secretaria da
Pesca e Aquicultura do Ceará para assistência técnica aos piscicultores dos
açudes do Castanhão e de Orós.
As informações indicam ainda que, até o
fim do ano, o projeto poderá alcançar metade dos 600 piscicultores familiares
que trabalham nos dois maiores açudes da região: o Castanhão, que tem áreas
produtivas nos municípios de Jaguaribara, Jaguaretama e Alto Santo; e o Orós,
nos municípios de Orós e Quixelô, ambos na bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe.
Na avaliação da Petrobras, o uso do
óleo extraído das vísceras do pescado na produção traz vantagens a ambas as
partes. Para a companhia, assegura biodiesel com matéria-prima de qualidade,
além de a iniciativa estar alinhada ao Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel, condição necessária para garantir o Selo Combustível Social do
Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Já para os piscicultores, gera valor de
mercado para um subproduto, o que proporciona renda extra. Ao mesmo tempo,
fortalece a cadeia produtiva do pescado, transformando um possível passivo
ambiental em matéria-prima para a produção de biodiesel.
A introdução do óleo de peixe na cadeia
produtiva do biodiesel é uma parceria da Petrobras Biocombustível, do
Ministério da Pesca e Aquicultura, da Secretaria de Pesca e Aquicultura do
Estado do Ceará, da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec),
do Núcleo Tecnológico da Universidade Federal do Ceará, do Banco do Nordeste,
do Banco do Brasil, do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e
das prefeituras de Jaguaribara e de Orós.