Ministro Braga diz
que País terá "problema grave" de energia se reservatórios chegarem a
10%
Governo já sinalizou
que poderá tomar as “medidas necessárias”, que podem incluir o racionamento de
energia
Brasília (DF), 23 de Janeiro de 2015
SABRINA CRAIDE (AGÊNCIA BRASIL)
Ministro de Minas Energia, Eduardo Braga (Divulgação)
O ministro de Minas e Energia, Eduardo
Braga, disse na quinta-feira (22) que, se os reservatórios das hidrelétricas
chegarem a níveis menores que 10% da capacidade máxima, o país poderá ter
"problemas graves", e o governo tomará as “medidas necessárias”, que
podem incluir o racionamento de energia. Atualmente, os reservatórios do
sistema Sudeste/Centro-Oeste estão em 17,43% de sua capacidade máxima e os da
Região Norte estão em 17,18%.
“Mantido o nível que temos hoje nos
reservatórios, temos energia para abastecer o Brasil. É óbvio que se tivermos
mais falta de água, se passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos
reservatórios, estamos diante de um cenário que nunca foi previsto em nenhuma
modelagem”, disse Braga. Segundo o ministro, esse é o limite estabelecido pelo
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) para o funcionamento das usinas
hidrelétricas. "A partir daí, teríamos problemas graves, mas estamos longe
disso", ressaltou.
Segundo o ministro, o país enfrenta
atualmente uma situação hidrológica pior do que a verificada em 2001, quando
foi decretado um racionamento de energia no país. Ele informou que o governo
está monitorando o consumo de energia, e que não há previsão de outro pico de
demanda, porque a temperatura está amenizando, o que reduz gastos com
equipamentos como ar-condicionado.
Para o ministro, o consumidor
brasileiro tem capacidade de administrar o gasto de energia. “Esperamos que, de
forma inteligente, o povo brasileiro, que sempre soube cuidar da sua economia,
possa definir qual o consumo ele quer, porque tem um preço a pagar por esse
consumo, e ele está sendo informado sobre isso”, disse.
Braga minimizou a importação de energia
da Argentina nos últimos dois dias. Ele explicou que a importação não foi feita
por falta de energia no Brasil, e que havia energia sobrando no Nordeste, mas
que, por limitações de transmissões, não tinha como ser levada para as outras
regiões do país naquele momento. “Temos um intercâmbio desde 2006. É normal nós
usarmos energia deles e eles a nossa. Isso sequer é tratado como compra de
energia, é uma compensação de energia”.
Na última terça-feira (20), o Brasil
importou um total de 165 megawatts (MW) médios da Argentina para contribuir no
atendimento do Sistema Interligado Nacional. Ontem (21), foram importados 90 MW
médios.