Sudam apoia projeto
que analisa produção de etanol no Amazonas a partir de batata-doce
Autarquia apoia
pesquisa que vai resultar na produção de biodiesel amazônico que utiliza
batata-doce como matéria-prima em vez da cana-de-açúcar
Manaus (AM) , 04 de Janeiro de 2015
CAMILA LEONEL
Sudam fechou parceria com a Universidade Federal do
Tocantins, que estuda a batata há 20 anos (Divulgação)
O Amazonas está em vias de tornar-se um
produtor de etanol a partir de batata-doce. O projeto está em análise para
receber incentivos por parte da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia
(Sudam). A Amazônia não produz etanol devido à proibição do incentivo de
cultivo de cana-de-açúcar na região. O etanol utilizado hoje na região vem de
outras regiões do País como Nordeste e Sudeste, por isso a batata-doce,
tornou-se uma alternativa de matéria-prima.
“A Sudam se dedicou, se debruçou ,
estudou e descobriu uma forma da gente fazer etanol aqui. O nosso etanol será
feito de batata-doce e é um etanol tão bom quanto o da cana. Estamos
trabalhando junto com a Universidade federal de Tocantins, que há 20 anos
estuda esse tipo de batata. Não é uma batata rentável em feira porque ela é
enorme, branca toda ‘caraquenta’, mas é espetacular pela alta produtividade
para a fabricação de etanol”, disse o superintendente da Sudam, Djalma Mello.
Aproximadamente R$1,5 milhão foi
investido na pesquisa que está em fase final e será apresentada entre fevereiro
e março. Além da batata-doce, a Sudam vem incentivando a utilização do óleo de
palma como biodiesel.
Setor naval
O setor naval no interior do Estado
também está entre as prioridades da Sudam. No final de 2014, a Juruá Estaleiros
e Navegação, que fica no município de Iranduba, foi contemplada com o incentivo
de redução do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ). Há mais de 20 anos no
mercado e há cinco com uma nova estrutura, o estaleiro atende não só o
Amazonas, como também os Estados do Pará e de São Paulo.
“Agora mesmo nós fizemos a entrega da
segunda parte do flutuante de Santarém. Nós também estamos produzindo as
embarcações e dentro dessas embarcações estamos atendendo o Pará e São Paulo.
Já vendemos balsas para o porto de Santos”, disse Ailson Rezende, consultor do
estaleiro.
Hoje a empresa gera cerca de 500
empregos diretos em Iranduba e já pensa em expansão, uma vez que o setor está
em crescimento. Rezende também frisou que o incentivo recebido da Sudam é
importante para que o segmento cresça ainda mais.
“Esse projeto que a Sudam aprovou
contempla balsas para transporte, rebocadores e empurradores, e nós estamos com
um projeto de expandir e começar a produzir partes e peças para atender outros
estaleiros”, disse.
“O incentivo da Sudam, atualmente, está
em 75% do lucro e os setores eleitos como prioritários terão uma elevação. A
expectativa é que, neste setor, o incentivo chegue a 90% de redução do imposto
de renda. Esses 90% que eu deixo de pagar é um volume que eu posso investir na
própria empresa para ampliar, pra gerar nova renda”, disse Mello.