Relatório do SNIS
afirma que rede de esgoto é quase nula no Amazonas
A Cosama diz que a
rede de esgoto é obrigação das prefeituras e que a companhia deve cuidar apenas
do abastecimento de doze municípios
23 de Janeiro de 2015
CYNTHIA BLINK
De 2012 para 2013 houve uma redução de oito
municípios nos índices que tem atendimento urbano com rede de esgotos (Arquivo/AC
- 24/08/2010 )
Juntamente com outros quatro estados do
Brasil, o Amazonas está na lista dos que tem menos de 10% de atendimento urbano
por rede coletora de esgotos (IN024), em 2013, segundo os dados divulgados pelo
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), serviço ligado ao
Ministério das Cidades. Ainda de acordo com a pesquisa, apenas três cidades
amazonenses apresentam rede de saneamento básico: a capital Manaus e os
municípios de Presidente Figueredo e Guajará.
Heraldo Beleza Câmara, presidente da
Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) desde 2003 disse que é obrigação
da empresa apenas realizar a distribuição de água nos doze municípios que estão
sob a responsabilidade da Companhia.
“Nossa obrigação é fazer apenas a
distribuição da água na sede dos doze municípios onde atuamos, as demais
cidades do Amazonas já remunicipalizaram o serviço. O sistema de saneamento
básico, que envolve a rede de esgoto, drenagem e coleta de lixo é
responsabilidade das prefeituras”, afirma o presidente da Cosama.
Cabe à Cosama
O presidente também informa que os doze
municípios onde a Cosama está presente são: Alvaraes, Autazes, Careiro da
Várzea, Carauari, Codajás, Eirunepé, Itamarati, Juruá, Manaquiri, São Paulo de
Olivença, Tabatinga e Benjamin Constant, nas demais cidades o sistema de
abastecimento de água está responsabilidade das prefeituras, segundo afirmou o
presidente da Cosama, Heraldo Câmara.
Capital
Na capital do Amazonas, a
concessionária Manaus Ambiental disse que a cobertura do sistema de esgotamento
sanitário é de 20% da cidade, que equivale a dizer que atende a aproximadamente
361.000 habitantes.
A Manaus Ambiental também anunciou que
pretende alcançar os outros 80% da cidade com o sistema de esgotamento
sanitário até o ano de 2025.
Segundo o estudo mais recente do
Instituto Trata Brasil, apenas Manaus, em todo o Brasil, deve conseguir a
cobertura de 100% da cidade nos serviços de saneamento nos próximos dez
anos.
Desperdício
A pesquisa também apontou o Norte e o
Nordeste como as regiões onde as pessoas mais desperdiçam água tratada. No
Amazonas, só não foi maior que o registrado no Amapá, de 76,5%. Segundo Estado
que mais desperdiçou água em 2013, o desperdício entre o tratamento e a
distribuição de toda a água consumida no Estado, que foi de 62,7%, ficou bem
acima da média nacional, de 37%, e mais de três vezes superior que o percentual
indicado pelo Snis, que é abaixo de 20%.
Maior tarifa
A tarifa de água no Amazonas foi a
segunda mais cara do país, em 2013, quando os amazonenses pagaram 43% a mais do
que a média cobrada nos demais estados brasileiros. Enquanto o metro cúbico de
água - que equivale a mil litros – custou, em media, R$ 2,62 no Brasil,
no Amazonas custou R$ 3,75 pela mesma quantidade.
Mas nem os preços acima da média
nacional foram suficientes para reduzir o desperdício de água que, no Amazonas,
comprometeu mais da metade da água produzida em 2013. O estado teve a segunda
maior perda na distribuição do país, com 62,7% da produção sendo desperdiçada
antes de chegar às torneiras dos consumidores.