FMI reduz projeção de
crescimento global e prevê ano difícil para o Brasil
Segundo a
instituição, o Brasil crescerá menos de um quarto do que a América Latina e
Caribe neste ano. Fundo alertou economias avançadas para manter políticas
monetárias expansionistas
Reutersredacao@brasileconomico.com.br
Pequim - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua projeção
para o crescimento econômico global em 2015, e fez um apelo nesta terça-feira
aos governos e bancos centrais a buscarem políticas monetárias expansionistas e
reformas estruturais para sustentar o crescimento.
Para o FMI, o Brasil crescerá menos de um quarto do que a América Latina
e Caribe neste ano, e que sua recuperação não será das melhores em 2016.
Já o crescimento global foi projetado em 3,5% para 2015 e 3,7% para
2016, disse o FMI em sua atualização do relatório "Perspectiva Econômica
Global", reduzindo sua projeção em 0,3 ponto percentual para ambos os
anos.
"Novos fatores sustentando o crescimento, preços menores do
petróleo mas também depreciação do euro e do iene, são mais do que compensados
por forças negativas persistentes, incluindo os legados prolongados da crise e
do crescimento potencial mais baixo em muitos países", disse o
economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em comunicado divulgado pela
instituição.
O FMI alertou economias avançadas para manter políticas monetárias
expansionistas para evitarem aumentos em taxas de juros reais uma vez que o
petróleo mais barato aumenta o risco de deflação.
Se as taxas de juros não puderem ser reduzidas mais, o FMI recomendou
buscar uma política expansionista "através de outros meios".
Os Estados Unidos foram o único ponto positivo em um relatório
pessimista para as principais economias, com a projeção de crescimento em 2015
elevada para 3,6% ante 3,1%.
As perspectivas para economias emergentes foram em geral reduzidas, com
as projeções para os exportadores de petróleo Rússia Nigéria e Arábia Saudita
sofrendo os maiores cortes.
O FMI prevê que uma desaceleração na China provocará uma resposta de
política mais limitada uma vez que as autoridades em Pequim estarão mais
preocupadas com os riscos do rápido crescimento do crédito e investimento.
Preços mais baixos do petróleo darão a bancos centrais em economias
emergentes espaço para adiar a alta das taxas de juros, embora "espaço de
política macroeconômica para sustentar o crescimento permaneça limitado",
segundo o relatório.
A queda dos preços também dará aos países uma chance de reformar
subsídios e impostos ligados a energia, diz o FMI.