sexta-feira, 2 de março de 2012

Coreia do Norte ameaça sul novamente com 'guerra santa'
China e Coreia do Sul pressionam norte por 'desnuclearização concreta'

Líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, treina artilharia durante visita a fábrica de armas (AFP)
O regime comunista da Coreia do Norte ameaçou novamente nesta sexta-feira a Coreia do Sul com uma 'guerra santa', ao acusar a nação vizinha de 'difamar' os líderes norte-coreanos, em um novo sinal de tensão entre os vizinhos, apesar da recente moratória nuclear estipulada com os Estados Unidos. Em uma nota divulgada pela agência estatal KCNA, o Comando Supremo do Exército Popular norte-coreano acusou a Coreia do Sul de realizar uma campanha cada vez mais intensa para 'difamar a dignidade da liderança suprema' do país comunista.
Segundo a KCNA, soldados de uma unidade do Exército sul-coreano com base em Incheon, ao oeste de Seul, desdobraram em instalações militares retratos do falecido líder norte-coreano Kim Jong-Il, "nos quais rabiscaram inefáveis palavras difamatórias", o que o regime comunista considera uma 'terrível provocação'. "Por isso, o Comando Supremo declara mais uma vez que promoverá de forma indiscriminada uma guerra santa para apagar do mapa o grupo de traidores", afirmou a agência, com termos frequentes na retórica bélica norte-coreana.
As ameaças acontecem dois dias depois de Pyongyang anunciar um acordo com os EUA para suspender temporariamente seus programas nucleares e de lançamento de mísseis, além de permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em troca do envio de ajuda alimentícia. Também nesta sexta-feira, o ministro da Unificação sul-coreano, Yu Woo-ik, pressionou Pyongyang a aceitar recentes ofertas de diálogo de Seul perante a aparente melhora do clima de tensão na região após o anúncio da moratória nuclear norte-coreana.
China - Os chanceleres da Coreia do Sul e da China, Kim Sung-hwan e Yang Jiechi, comprometeram-se nesta sexta-feira em Seul a trabalhar de maneira conjunta para que a Coreia do Norte promova 'ações concretas' de desnuclearização, informou a agência Yonhap. Em um encontro na capital sul-coreana, as duas autoridades mostraram sua satisfação pelo acordo alcançado entre Pyongyang e Washington.

Embora tenha sido recebido com cautela, o anúncio norte-coreano reacendeu a esperança de que sejam retomadas as negociações de seis lados (Coreias, China, EUA, Japão e Rússia) para a desnuclearização do país comunista, estagnadas desde 2008.

Além disso, durante a visita de Yang a Seul, o chanceler sul-coreano pressionou Pequim para que deixe de repatriar os desertores norte-coreanos que fogem à China, já que eles são duramente castigados pelo regime de Pyongyang quando retornam. Acredita-se que milhares de desertores norte-coreanos vivem incógnitos na China, de onde tentam chegar à Coreia do Sul para pedir asilo.
(Com agência EFE)