sábado, 17 de março de 2012

Trípoli reivindica extradição do chefe dos serviços secretos de Gaddafi
O Governo de Trípoli vai reivindicar à Mauritânia a extradição de Abdullah al Senussi, diretor da inteligência militar durante o regime de Muammar Gaddafi, para ser julgado na Líbia, afirmou neste sábado o ministro de Justiça líbio, Khalifa Achour.

"Este indivíduo cometeu crimes e massacres antes e durante a revolução. Pedimos a todos, especialmente aos nossos irmãos mauritanos que nos entreguem este criminoso para que responda por seus atos diante da justiça líbia", declarou Achour à TV catariana "Al Jazeera".

Senussi, considerado braço direito do ditador líbio, foi detido na sexta-feira à noite no aeroporto de Nouakchott. Ele chegou em um voo a partir da cidade marroquina de Casablanca, informaram neste sábado à Agência Efe fontes de segurança da capital mauritana.

"É uma nova vitória para a revolução líbia", atribuiu o ministro, quem afirmou que seu país está em contato com as autoridades mauritanas para saber as circunstâncias e os detalhes da detenção de Senussi.

Em novembro, responsáveis pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio anunciaram que Senussi havia sido capturado no sul do país, mas a informação nunca foi confirmada.

Cunhado de Gaddafi e considerado seu mais fiel colaborador, Senussi foi o responsável pelos serviços de inteligência militar de 2002 até a queda do regime.

Em 1999, ele foi condenado à revelia pela justiça francesa pelo atentado contra o avião da companhia UTA no qual morreram 170 pessoas em 1989 em um voo entre Brazzaville, capital da República do Congo, e Paris.

As autoridades líbias acusam Senussi de ser o cérebro do massacre, em 1996, de 1,2 mil pessoas, essencialmente opositores de Gaddafi, na prisão de Abou Salim.

Em 27 junho, momento em que a revolução líbia estava em pleno apogeu, o Tribunal Penal Internacional emitiu ordem de detenção contra ele por crimes contra a humanidade.