1.
Guiné-Bissau
País em África
2.
Guiné-Bissau,
oficialmente República da Guiné-Bissau, é um país da África Ocidental que faz
fronteira com o Senegal ao norte, Guiné ao sul e ao leste e com o Oceano
Atlântico a oeste. Wikipédia
3.
5.
Moeda:
Franco CFA ocidental
8.
Língua
oficial: Língua portuguesa
10. Governo:
Semipresidencialismo, República
Guiné-Bissau
Como será feita a reforma das Forças Armadas na Guiné-Bissau?
Analistas consideram que o apoio internacional é importante para que a
reforma das Forças Armadas na Guiné-Bissau seja bem sucedida e defendem a
necessidade de consenso interno e reformas também em outros setores.
A reforma das
Forças Armadas na Guiné-Bissau é com certeza a maior preocupação, a seguir as
eleições que, ao que tudo indica, caminham para a sua recta final já este mês.
No entanto,
para que a reforma seja bem sucedida, é preciso alcançar um consenso entre as
principais forças políticas, que quase sempre se pautaram pela
instrumentalização do exército.
A opinião é
do cientista político da Univerdidade Colinas de Boé, em Bissau, Fafali
Koudawo, que acredita que o lugar das Forças Armadas na Guiné-Bissau, dentro de
um contexto republicano, será ditado pelo próximo Governo, que tomará as rédeas
do poder.
"Esse
lugar será, naturalmente, decorrente também das reformas que serão promovidas
por esse Governo em colaboração com outras instâncias. E entre as instâncias
que colaborarão no posicionamento das Forças Armadas no novo contexto, estão as
próprias Forças Armadas que poderiam, num diálogo com as instituições
legitimadas pelas urnas, contribuir para definir o rosto das forças armadas
modernas," avalia.
Soldados na
sede dos militares, em Bissau
Como fazer a
desmobilização
Um dos pontos
polémicos da reforma é a desmobilização, que se mal conduzida pode originar
descontentamento social, alerta Fafali Koudawo.
"A
questão da mudança nos números dos efectivos está subordinada à indenização que
as pessoas deveriam receber para sair das Forças Armadas. Contrariamente àquilo
que a gente pensa, há muitos militares que querem abandonar as fileiras das
forças armadas," diz.
Para o
cientista político, a questão-chave é como essas pessoas que vão sair das
Forças Armadas serão tratadas, referindo-se a "quais serão as garantias
dadas a essas pessoas e quais serão as vias de reinserção social durável dessas
pessoas."
O programa de
desmobilização e reinserção há muito começou a ser pensado, e terminou em 2006
sem resultados concretos.
O historiador
guineense Julião Sousa considera que a reforma é nuclear para a estabilidade e
pacificação da sociedade guineense, mas lembra que ainda ninguém sabe
exatamente como ela será feita.
Ele defende
que as pessoas que devem passar à reforma, "não devem ir para a casa sem
nenhuma compensação para que possam viver o resto das suas vidas em
tranquilidade e junto das suas famílias, com alguma dignidade."
Soldados
guineenses no aeroporto de Bissalanca (21.10.12)
Julião Sousa
destaca um outro aspecto cuja falta de clareza que estaria criando desconfiança
no seio da classe castrense. "Que as pessoas sejam mandadas para casa, mas
sem ódio e sem perseguições desmedidas, sem vinganças," diz.
Entretanto,
desde o aumento do envolvimento da comunidade internacional na procura de
soluções para a degradação governativa e no processo eleitoral guineense as
demonstrações de poder por parte do militares reduziram.
Papel da
comunidade internacional
A
participação internacional no processo de reforma pode, por essa via, ser
crucial. A nível regional a Comunidade Económica do Estados da África Ocidental
(CEDEAO), já tem um papel preponderante, mas a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), através do Brasil, pode vir a ser igualmente vital, depois
do fracasso das tentativas de Angola.
Entre outras
vantagens, o Brasil coordena o grupo de contacto para a Guiné-Bissau na
Comissão da ONU para a Consolidação da Paz.
"Em
virtude dos lapsos históricos que a Guiné-Bissau tem com Portugal, o Brasil,
embora tendo uma mais valia a explorar, tem às vezes mostrado uma certa
timidez. Seria bom que o Brasil abandone essa timidez e faça uma obra pioneira
envolvendo-se," comenta o cientista Koudawo.
Se por um
lado a Guiné-Bissau vai dando passos importantes rumo à reconstrução e
legitimização do Estado, por outro as forças políticas mais expressivas vão
ganhando novo vigor com sangue novo. E é neste rejuvenescer que Julião Sousa
deposita a sua confiança, não apenas na reforma do exercito, como também no
futuro do país.
"Nós
agora temos uma nova geração de quadros que estão a emergir, sobretudo no seio
dos partidos políticos que existem e isso é fundamental para que haja uma
credibilidade junto da classe castrense, para que eles acreditem de fato que
está a haver uma mudança no país e que essa mudança é irreversível,"
finaliza.