Ocupação das
Forças Armadas no Complexo da Maré acaba hoje
Publicado em Terça, 30 Junho 2015 11:13 | Última atualização em Terça, 30
Junho 2015 11:48
Brasília, 30/06/2015 – A partir desta
terça-feira (30), 2,5 mil militares das Forças
Armadas (500 homens do Corpo de Fuzileiros Navais da
Marinha e 2 mil do Exército Brasileiro) passarão o
comando da Força de Pacificação (Operação São Francisco) do Complexo da Maré
para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, dando prosseguimento ao
processo de resgatar a paz na região.
Após 14 meses de ocupação, as
Forças Armadas, em atuação conjunta com o poder público, deixam um legado para
desarticular facções criminosas e alavancar as condições de cidadania para uma
população composta por 140 mil pessoas que habitam na Maré.
Foto:
Divulgação Exército Brasileiro
As tropas
realizaram 550 apreensões de drogas e 58 de armas e 3.884 munições
Segundo dados da Chefia de
Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (ECMFA)
do Ministério da Defesa, até a última quarta-feira (24), as tropas federais
realizaram a prisão de 553 adultos e a detenção de 254 menores de idade. Além
disso, foram feitas 550 apreensões de drogas e 58 de armas e mais 3.884
munições recolhidas.
Houve, ainda, a apreensão de 60
veículos, 89 motos e outros 436 materiais diversos. Foram abertos 106 autos de
prisões em flagrantes e realizadas 121 detenções por crime militar.
De acordo com o chefe do EMCFA,
general José Carlos De Nardi, os militares desempenharam a missão com bravura,
sempre respeitando os direitos da população local e criando condições para a
retomada da área pelas organizações de segurança pública do Rio de Janeiro.
"Apesar das dificuldades e óbices próprios da Operação São Francisco, no
Complexo da Maré, o esforço das Forças Armadas contribuiu para melhorar a
segurança pública no Rio de Janeiro."
Durante a Operação, foram
mobilizados, em um só momento, até 3,3 mil militares. A Força de Pacificação
fez uso intensivo de viaturas blindadas para o patrulhamento da área. A Aeronáutica realizou o transporte
de pessoal, equipamentos e material de diversas regiões do país para atender às
necessidades operacionais da tropa.
A Força Aérea Brasileira (FAB)
também colocou em atividade o seu Sistema Aéreo Remotamente Tripulado (SARP),
que empregou um vant. Em certas ocasiões, foram utilizadas até 300
viaturas em apoio a missões.
Para os militares, a ocupação da
Maré é considerada um conflito moderno. Uma guerra irregular, sem fronteiras,
com inimigo difuso.
Legado
Outro grande avanço que
contribuiu para a redução da violência no Complexo foi o auxílio do
Disque-Pacificação. Com o serviço telefônico, as tropas contaram com o apoio da
comunidade, que repassou cerca de 3 mil informações que contribuíram para
prisões de criminosos.
Foto:
Divulgação Exército Brasileiro
O
Disque-Pacificação recebeu cerca de 3 mil informações
Também em parceria com órgãos
governamentais, entre eles, a Justiça Itinerante, foram realizadas ações
cívico-sociais como casamentos, registros, emissão de documentos, além da
regularização do recolhimento de lixo, a retirada de centenas de carcaças de
veículos de locais públicos e desobstrução de ruas.
Essas ações estão permitindo a
circulação dentro da Maré, a construção de escolas e projetos de melhorias no
esgotamento sanitário. A Força de Pacificação realizou 12 ações sociais,
totalizando aproximadamente 13 mil atendimentos.
Desde o início da Operação São
Francisco, em abril de 2014, a taxa anual de homicídios na região da Maré caiu
de 21,29 para 5,33 mortes por 100 mil habitantes.
Operação São
Francisco
As Forças Armadas foram
autorizadas a entrar no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, a partir do dia 5
de abril de 2014, em apoio às forças de segurança pública estaduais.
Na época, a diretriz ministerial
nº 9 orientou o emprego das tropas em missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO),
conforme pedido feito pelo, então, governador Sergio Cabral.
O processo de retirada dos homens
da Marinha e do Exército teve início no dia 1º de abril deste ano, com término
em 30 de junho.
Por determinação da Presidência
da República e atendendo à solicitação do governo do Estado do Rio de Janeiro,
a Operação São Francisco foi prorrogada por mais quatro vezes.
A área na qual as forças
militares foram empregadas, no Complexo da Maré, ficou restrita especificamente
nas comunidades: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque
Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro,
Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros,
Conjunto Novo Pinheiro – Salsa & Merengue, Vila do João e Conjunto
Esperança.
Por
Alexandre Gonzaga
Assessoria de
Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
Ministério da Defesa