quarta-feira, 10 de junho de 2015


Um dos maiores 'elefantes brancos' do AM, CBA sob risco de fechar as portas de vez


Sem resposta da Suframa, bolsistas protestaram contra o fim do convênio de prestação de serviços e por mais estrutura no Centro de Biotecnologia da Amazônia

Manaus (AM), 09 de Junho de 2015

ACRITICA.COM

 

Bolsistas que ganham de R$ 1.234 (graduados) a R$ 6.136 (pós-doutorado) não recebem qualquer direito trabalhista (Lucas Silva )

Sob risco de fechar as portas a partir de amanhã, bolsistas do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) realizaram protesto durante o dia de ontem para tentar salvar a instituição do declínio. Isso porque o convênio Nº 001/2014 celebrado entre Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) – responsável pela gerência do CBA - e Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera (FDB), vai expirar e não foi renovado.

São 48 pesquisadores que trabalham em 25 laboratórios em áreas de pesquisa da farmácia, agronomia, botânica, biologia, química e que estão vendo o resultado de seus trabalhos irem por água abaixo.

A maior indignação do corpo técnico é que na condição constante de bolsistas eles saem da instituição sem qualquer rescisão trabalhista, caso o convênio não seja renovado.

Eles já apelaram para a bancada parlamentar do Amazonas em Brasília e também expuseram a situação em audiência pública no dia 4 de junho na Assembleia Legislativa do Estado (ALE).

A Suframa respondeu em comunicado à imprensa que “a autarquia está analisando todas as questões envolvendo o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA)”.

O pesquisador Dácio Mendonça, integrante da Comissão do Movimento Pró-CBA, informou que o convênio com a FDB foi de R$ 2,8 milhões, recursos necessários para pagamento das bolsas, compra de insumos e manutenção dos equipamentos, com validade de seis meses.

No entanto, os equipamentos estão há dois anos sem receber manutenção corretiva nem preventiva, entre eles microscópico, cromatógrafo, microondas, câmaras de crescimento, câmaras de climatização, informou

“Os únicos que tiveram recursos foram os laboratórios de cultura de tecidos e os biotérios que realmente não tem como não funcionar”, disse Dácio.

Responsável pelo Labotarório de Culturas de Tecidos Vegetais, a doutora Arlena Gatto disse que o CBA chegou a ter 189 pesquisadores, mas que desde 2011 os contratos foram vencendo sem renovação, restando o quadro atual de 48 profissionais.

O governo federal gastou R$ 100 milhões para erguer e estruturar o CBA, criado em 2002 e inaugurado em 2004. Há propostas em curso de transformá-lo em uma empresa pública ou organização social, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), mas sem qualquer previsão.