Um dos maiores 'elefantes brancos' do AM, CBA sob risco de fechar
as portas de vez
Sem resposta da Suframa, bolsistas
protestaram contra o fim do convênio de prestação de serviços e por mais estrutura
no Centro de Biotecnologia da Amazônia
Manaus (AM), 09 de Junho de 2015
Bolsistas que ganham de R$ 1.234
(graduados) a R$ 6.136 (pós-doutorado) não recebem qualquer direito trabalhista
Sob
risco de fechar as portas a partir de amanhã, bolsistas do Centro de
Biotecnologia da Amazônia (CBA) realizaram protesto durante o dia de ontem para
tentar salvar a instituição do declínio. Isso porque o convênio Nº 001/2014
celebrado entre Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) –
responsável pela gerência do CBA - e Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera
(FDB), vai expirar e não foi renovado.
São 48
pesquisadores que trabalham em 25 laboratórios em áreas de pesquisa da
farmácia, agronomia, botânica, biologia, química e que estão vendo o resultado
de seus trabalhos irem por água abaixo.
A maior
indignação do corpo técnico é que na condição constante de bolsistas eles saem
da instituição sem qualquer rescisão trabalhista, caso o convênio não seja
renovado.
Eles já
apelaram para a bancada parlamentar do Amazonas em Brasília e também expuseram
a situação em audiência pública no dia 4 de junho na Assembleia Legislativa do
Estado (ALE).
A Suframa
respondeu em comunicado à imprensa que “a autarquia está analisando todas as
questões envolvendo o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA)”.
O
pesquisador Dácio Mendonça, integrante da Comissão do Movimento Pró-CBA,
informou que o convênio com a FDB foi de R$ 2,8 milhões, recursos necessários
para pagamento das bolsas, compra de insumos e manutenção dos equipamentos, com
validade de seis meses.
No
entanto, os equipamentos estão há dois anos sem receber manutenção corretiva
nem preventiva, entre eles microscópico, cromatógrafo, microondas, câmaras de
crescimento, câmaras de climatização, informou
“Os
únicos que tiveram recursos foram os laboratórios de cultura de tecidos e os
biotérios que realmente não tem como não funcionar”, disse Dácio.
Responsável
pelo Labotarório de Culturas de Tecidos Vegetais, a doutora Arlena Gatto disse
que o CBA chegou a ter 189 pesquisadores, mas que desde 2011 os contratos foram
vencendo sem renovação, restando o quadro atual de 48 profissionais.
O governo
federal gastou R$ 100 milhões para erguer e estruturar o CBA, criado em 2002 e
inaugurado em 2004. Há propostas em curso de transformá-lo em uma empresa
pública ou organização social, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio (MDIC), mas sem qualquer previsão.